O ESTÁGIO PARTE VI

 

O jantar é simples, o filho mais velho também está a estudar design e temos uma conversa interessante sobre o assunto.

A Maria Rosa e a filha mais nova trocam impressões sobre moda e joelharia, percebo que as duas estão divertidas, pois a minha prima ri-se alto e está com os olhos a brilhar.

Na manhã seguinte, acordo cedo, preparo o pequeno almoço, a família abasteceu o frigorífico com o essencial e visto-me.

A Maria Rosa ainda dorme, é preciso acordá-la, ela resmunga, mas temos que nos apresentar a horas, digo, não convém chegarmos atrasadas!

Cruzamos-nos com o casal no corredor, eles oferecem-nos uma boleia até à empresa, explicam o trajecto do autocarro.

Não percebi nada, suspira a Maria Rosa, vais ter que me explicar ou melhor, encontramos-nos aqui à hora de saída e vamos juntas.

O átrio é enorme, decorado em cores discretas, apresentamos-nos à recepcionista que toca num botão e nem cinco minutos depois, aparecem dois homens.

O Karl deve ter cerca de cinquenta anos, vai ser o responsável pelo meu estágio e a Maria Rosa faz-me uma careta.

Já o Harold não deve ter mais do que vinte e cinco e a minha prima fica encantada, segue-o pelo corredor, os dois já entretidos numa longa conversa.

O Karl leva-me para uma grande oficina, apresenta-me aos outros estagiários, vou ter alguma dificuldade em decorar tantos nomes e aponta-me uma bancada.

Explica-me o que quer que eu faça, deixa-me sozinha, fico um pouco surpreendida, pois pensava que teria que o seguir ao longo do dia.

Não te preocupes, comenta o estagiário na bancada ao lado, ele está a fazer-te um teste, a descobrir o que sabes ou não para te orientar depois. Chamo-me Brian, sou australiano.

Sorrio, apresento-me também, ele mostra-me o que está a fazer, aconselha-me a começar por um desenho simples e eu concentro-me no trabalho.

Á hora de almoço, o Karl verifica o meu trabalho e passamos o resto da tarde a estudar a melhor forma de dar vida ao desenho.

Estou muito cansada quando me encontro com a Maria Rosa no átrio, ela já está a conversar animadamente com outros dois estagiários.

Oh, Francisca, estes são a Maria e o Gustav, estão a fazer o estágio comigo, anuncia, convidaram-me para tomar uma bebida. Queres vir?

Já? Acabamos de nos conhecer, protesto, é o primeiro dia de trabalho, estou exausta! Quero ir para casa, comer qualquer coisa e dormir.

A minha prima encolhe os ombros, eu vou e saí com os colegas, sem olhar para trás.

Apanho o autocarro, vejo que há pequeno supermercado perto da casa da família, entro para comprar mais leite e pão.

Onde é que está a Maria Rosa? Devia ter ido com ela, espero que não venha muito tarde.

CONTINUA




Comentários

Elvira Carvalho disse…
Continuo a acompanhar esta reviravolta do carater da Maria Rosa.
Abraço e saúde
Acompanhando, gostando de ler
.
Uma semana feliz. Cumprimentos poéticos.
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
Mas a Francisca passa a vida à espera da Maria Rosa? Que estranho... :)
.
Numa caminhada, sem ver a estrada do arrependimento...
.
Beijo e uma excelente semana.

Mensagens populares deste blogue

O SEGREDO PARTE II

O SEGREDO PARTE III

O PROBLEMA DO GONÇALO FIM