O VOLUNTARIADO PARTE III
Ás oito e meia, a Clarinha ainda não apareceu, a Madalena tenta o telemóvel, vai directo às mensagens.
Telefona para a ONG, mas ninguém atende, a central indica apenas o numero do oficial de serviço e a Madalena decide não telefonar.
Há rotatividade nessa função, a pessoa que a atender pode até nem conhecer a filha e fica parada no meio do corredor sem saber o que fazer.
De repente, alguma coisa faz click e a Madalena diz alto, não, ela não ia fazer isso!
O telefone toca, é a sogra da filha, pede desculpa por a incomodar, mas recebeu um telefonema do Mateus, muito preocupado, porque não consegue contactar a mulher.
A D.Madalena sabe alguma coisa? pergunta e a Madalena suspira, a Clarinha apareceu aqui às oito da manhã, deixou-me o menino e diz que ia trabalhar até tarde. Não atende o telemóvel, já não consigo telefonar para a ONG.
A sogra fica calada uns minutos, não estará com a irmã ou com algum amigo e esqueceu-se das horas? sugere, não, não, a Clarinha não faria isso, interrompe a Madalena.
As duas senhoras despedem-se, a Madalena liga à Matilde, a tua irmã ainda não apareceu e eu tive uma ideia louca, exclama logo que a filha atende.
Calma, Mãe, pede a Matilde, o que é que aconteceu com a Clarinha? e a Mãe relata os factos, é por isso que eu penso que aquela malvada foi ter com o Mateus, sei lá onde e largou aqui o miúdo!
Oh, Mãe, protesta a Matilde, a Clarinha não iria fazer isso, mas o Bernardo que se senta no sofá naquele momento, murmura, não me admira nada que ela não o tenha feito!
Achas que ela ia ter com o Mateus e deixava o miúdo? a Matilde está indignada e o Bernardo abana a cabeça, a Clarinha é capaz disso e de muito mais! Eu conheço alguém na ONG, vou telefonar-lhe, pode ser que ele saiba alguma coisa!
E eu vou telefonar ao teu Pai, declara a Madalena, pode ter que usar os contactos dele e tentar localizá-la.
Nesse momento, a Clarinha está a espera do voo de ligação para a cidade mais próxima do local onde o marido está.
Antes de embarcar em Lisboa, foi aos correios, enviou uma carta para os Pais e outra para os irmãos.
O Matias vai ficar furioso, pensa, mas tenho que estar lá, ajudar. Só assim posso treinar os voluntários! A Mãe vai tratar muito bem do meu filhote!
CONTINUA
Comentários
O meu ELOGIO para quem assim escreve em prosa.
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Cumprimentos poéticos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Um abraço e saúde
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Voltei ao lugar, onde o passado foi uma vida
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Beijo.
Boa noite...