MIGUEL, IRMÃOS E COMPANHIA - PARTE IV
Por isso, quando chego à festa, esta está bem animada.
Reconheço alguns colegas do curso, mas os outros devem ser amigos, primos do Bruno.
O Bruno acena-me quando me vê e eu abro caminho por entre a multidão ruidosa.
Reconheço o Tomás e o Bernardo do curso, mas a ninfa ruiva e elegante não.
Abraço de grupo, grita o Bruno e os três abraçam-me. A ninfa ri-se e vejo que o Bruno a olha contrariado.
Já conheces a minha irmã, Maria? Os meus Pais decidiram que ela pode assistir à festa, mas nada de álcool! acrescenta o Bruno.
A Maria volta a rir, é um riso franco e gosto dos olhos verdes brilhantes.
Nada de álcool! repete e eu sorrio. Tento adivinhar a idade, 16, 17 anos? e ela confirma que fez dezassete o mês passado e é por isso que está na festa.
O Bruno não gostou muito da ideia, acha que sou um empecilho, confessa-me, mas eu estou bem, trouxe uma amiga, mas não sei onde ela está e olha em redor.
Ah, está ali no bar, diz, não queres uma bebida? convida-me e vamos até ao bar, uma grande mesa encostada à parede.
Tu não podes beber álcool, observo e escolho uma cerveja, mas a Maria ri-se e tira-me a garrafa da mão.
Posso provar a tua e devolve-me a garrafa. Olho-a curiosa, a menina é atrevida, mas decido que está apenas a flirtar comigo.
A amiga junta-se a nós, a Maria apresenta-a como sendo a Carolina e conversamos um pouco.
O Bruno diz que tens uma série de irmãos, são 4? pergunta a Maria e eu aceno que sim, mostro até uma fotografia que tenho no telemóvel.
Como é que aguentas? a Maria quer saber, o Bruno já é um chato, tu não deves ter sossego, mas eu respondo que é tudo uma questão de organização.
A Carolina concorda, tem três irmãos mais pequenos entre os dez e os cinco anos, os meus Pais queriam uma outra menina, confidencia, mas saíram todos rapazes. Ás vezes, eu e a Mãe sentimo-nos um pouco de parte naquele Mundo masculino.
Estamos mais ou menos equilibrados, digo, mas a Carolina abana a cabeça, são sempre três contra quatro.
Vejo que a conversa está a aborrecer a ninfa que me convida para dançar.
Recuso, não sou muito bom nisso, estou a ver ali o Bernardo, quero falar com ele, até já, despeço-me e deixo as duas no meio da multidão.
O Bernardo apresenta-me a outras pessoas, a conversa flui livremente, na pista de dança, alguém organiza um concurso.
Está a ficar muito quente, há ali uma porta que dá para o jardim e abro-a discretamente.
Já há ali algumas pessoas sentadas na relva, procuro um lugar mais afastado e quase tropeço na Carolina.
CONTINUA
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