O INSPECTOR PARTE II
Resolvo dar uma volta a pé, talvez vá até ao Centro e estudar o que oferecem, tenciono ficar cá umas semanas.
A Rita e o Gonçalo foram viajar, entre alugar a estranhos e a ti, dizem, preferimos que sejas tu a ficar lá, sabemos que não vais estragar nada.
Os meus filhos também resolveram viajar, não sejas chato, declara a Clarinha, podias vir connosco, seria ultra divertido, mas abano a cabeça, não me apetece andar a correr de um lado para o outro.
Aqui, respira-se ar puro, come-se melhor e gosto das conversas descontraídas no café, as pessoas agora confiam em mim, trocamos confidências.
Sinto menos a ausência da Madalena, a mente está ocupada com outras coisas e decido jantar em casa.
Sento-me em frente do computador, abro o Word e fico a olhar para a página em branco durante longos minutos.
As ideias organizam-se finalmente e quando olho para o relógio, já passa das nove da noite.
Melhor fazer um intervalo, penso, comer qualquer coisa, vejo que há um SMS, é da Matilde e da Clarinha, estão a divertir-se imenso, querem saber se está tudo bem comigo, perguntam, diverte-te também, recomendam.
Ligo a televisão apenas para me inteirar das notícias, o pão está estaladiço, o presunto é óptimo, o senhor Inspector vai adorar, amanhã me dirá, afirma a D. Cláudia da loja gourmet.
Acompanho a refeição com cerveja, mudo de canal para ver um filme e acabo por adormecer no sofá.
Acordo sobressaltado, ouço um barulho, penso que vem do jardim e acendo as luzes, mas está tudo calmo.
Fecho as luzes, as portas, subo até ao andar de cima, volto a adormecer e acordo cedo.
Resolvo fazer uma nova caminhada, tomo o pequeno almoço no café, decido e fecho a casa.
No jardim, está tudo sossegado, nem penso mais no ruído que ouvi ontem à noite, o silêncio é diferente neste sítio, murmuro.
CONTINUA
Comentários
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Mas o mar, é sempre a fonte da ilusão.
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Beijo e uma excelente semana.
Abraço e saúde