O DILEMA DE LUÍSA PARTE V

 

O Gustavo cumpre a promessa: apresenta-me vários cursos, assinala mesmo a opção que lhe parece mais viável.

Também fico interessada, faço uma pesquisa mais profunda e tento ignorar os comentários da minha Mãe.

A vida não termina só porque tenho um filho, penso e tanto a Dra Lúcia como o Gustavo concordam.

Organizamos um horário do Tobias, diz o Gustavo, a minha Mãe e a Clarinha ajudam e tenho a certeza de que os teus Pais também.

A minha Mãe está contra, acho que estou a ser egoísta, conto, tenho que pensar no meu filho, na minha idade, tenho que ter um emprego estável. Isto dito por alguém que me acusa de não ser batalhadora e o mais irritante disto tudo, continuo, é que não o diz a mim, mas aos outros!

Confronta-a com isso, aconselha o Gustavo e a Dra Lúcia também o diz.

Não, não me sinto com forças para isso, contrario, vou receber um sermão sobre boas maneiras, sobre os deveres dos filhos, etc.

Parece-me que a sua Mãe é uma grande egoísta, comenta a Dra Lúcia, devia ficar contente agora que a Luísa está finalmente a batalhar como ela diz.

Nunca entendi a minha Mãe, confesso, tentei, mas a certa altura, desisti. É uma pessoa muito complicada, é muito rigorosa, muito exigente.

Mas temos que ser um pouco flexíveis, estar abertos a novas ideias, explica a médica, compreendo que a sua Mãe cresceu numa determinada época, tem outros valores, mas não pode exigir que os filhos fiquem presos nesse passado!

Fico calada, não há mais nada a dizer, a verdade é que não quero falar sobre a minha Mãe.

Estou entusiasmada com o curso, logo que me é possível, volto para o meu apartamento com o Tobias.

A minha Mãe protesta, ainda não estás em condições para estar sozinha, mas eu não cedo.

O Gustavo fala-me em contratar uma baby sitter, eu levo-o ao infantário de manhã, ela pode ir buscá-lo à tarde, trata do banho, do jantar, etc, fica até tu chegares, sugere.

Acho uma boa ideia, principalmente porque volto ao trabalho.

Encontro um ambiente hostil, de desconfiança e sinto-me um pouco perdida.

Numa pausa para café, pergunto à minha colega Leonor, o que é que se passa? pergunto, parece que têm medo uns dos outros.

CONTINUA

Comentários

Elvira Carvalho disse…
Continuo a acompanhar com muito interesse.
Abraço e saúde
Mais um bom capitulo! :))
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Esperava ser a novidade do amanhecer
.
Beijo, e uma excelente semana.

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