A FAMÍLIA - II
Ignoro-o, procuro a minha Mãe, deve estar na sala de espera com a Rita.
O médico também lá está, a explicar-lhe que conseguiram remover a bala, não há hemorragias e o Pai reagiu muito bem.
Está ainda no recobro, diz, vamos mantê-lo lá mais algumas horas e depois é transferido para um quarto lá para o fim da tarde.
A Mãe suspira de alívio, a Matilde desata a chorar e eu fico parado à porta, sem saber o que dizer ou fazer.
Ainda bem que chegaste, confessa a Rita, tem sido uma manhã complicada! e eu abraço-a.
Oh, Gustavo, diz a Mãe e eu deixo a Rita, acolho a minha Mãe nos meus braços.
Ainda bem que ele está bem, sussurro, não, não contes nada agora, mais tarde, peço.
O Meireles aparece à porta, já sabe das novidades, quer saber se pode fazer alguma coisa, mas a Mãe limita-se a agradecer.
O sargento hesita, abre a boca para dizer alguma coisa, mas acaba por se ir embora.
Não sei porquê, comenta a Rita, não confio neste homem e pouco falei com ele!
Mas o Pai diz que ele é muito competente! interrompe a Matilde que continua abraçada à Mãe.
São coisas diferentes, contrapõe a Rita, acho que é melhor descansares um pouco, Madalena. O Bernardes só vai para o quarto ao fim da tarde, por isso, vais relaxar para casa.
Damos os nossos números à enfermeira e pedimos para nos contactar caso haja algum problema, concordo, e alguém tem que ir buscar a Clarinha e explicar o que aconteceu.
Encarreguei o Gonçalo disso, esclarece a Rita, e ela fica a dormir lá em casa hoje!
Encontramos um polícia no corredor, apresenta-se à Mãe, diz que foi destacado pelos Chefes para assegurar a segurança do meu Pai, não se preocupe, minha senhora, avisamos se houver algum problema.
Em casa, a Mãe sucumbe à emoção e desata num choro desesperado.
Eu e a Matilde não sabemos o que fazer, mas a Rita toma conta da situação calmamente.
CONTINUA
Comentários
Será que as duas estamos a ser injustas? Vamos ver...
Abraço, saúde e bom fim de semana
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SINTO FALTA...
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Beijos, e um excelente fim de semana.