RECORDAÇÕES - PARTE V
Mas a Clarinha não responde, eu suspiro e levo-a à casa, onde a Madalena a recebe com um misto de ralhos e abraços.
Temos que falar com a psicóloga, aviso nessa noite a Madalena, talvez não seja má ideia ela ficar num internato, ficar lá durante a semana e vir a casa ao fim de semana.
Não sei se será uma boa ideia, contraria a minha ex-mulher, acho que só vai piorar a situação!
Mas foi uma sorte encontrá-la hoje, observo, se ela entrasse no comboio, se saísse na paragem errada? podíamos nunca descobrir onde é que ela estava!
A Madalena não concorda, estamos os dois muito cansados, vamos discutir e não estou com força para isso, diz, é melhor ires para tua casa e falamos amanhã.
Por isso, aqui estou eu no sofá com a televisão ligada e sem perceber nada do que se está a passar no filme.
Lembro-me de repente do diário do Inspector Leandro, a irmã não quis ficar com ele e deu-mo.
Escondi-o numa caixa que arrumei algures por aqui; na sala e no meu quarto, não está de certeza absoluta e muito menos da Clarinha.
Deve estar na arrecadação na garagem, pelo menos, foi para onde a Matilde levou tudo aquilo que classificou como inútil.
Nem dou conta pelo tempo passar, deixo tudo desarrumado, mas encontro o caderno com a capa castanha.
Como tudo que fez na vida, o diário de Leandro está bem organizado por anos e termina dois dias antes da rusga.
Leio e releio o que o Leandro escreveu na semana anterior à rusga e há um nome que salta à vista.
Fico preocupado, porque sei muito bem quem é e tenho que ter cuidado como abordar o assunto.
Acabo por adormecer no sofá e acordo com o telemóvel a vibrar.
Meu Deus, espero que não seja a dizerem que a Clarinha fugiu novamente.
CONTINUA
Comentários
Votos de boa Páscoa
Abraço e saúde
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É preciso união... a esperança não acabou
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Um excelente fim de semana de Páscoa, para todos, com; Saúde, Paz, Compreensão e muita Prudência, extensivo a todos os vossos familiares e amigos. Beijos.