O CONCURSO - FIM
" Dá-me essa chave!" exige uma voz dura " Já te disse! Entrega-me essa chave!" mas eu aperto ainda mais a chave.
" Estúpida! Porque é que não quiseste vender o carro???" e reconheço a voz do Jaime.
O capuz deixa-lhe o rosto na sombra, mas os olhos estão brilhantes.
Suspiro aliviada e digo:
" Que brincadeira é esta? E ainda estás a pensar nessa história do carro? Já te disse que não vendo e não se fala mais nisso!"
" DÁ-ME A CHAVE! TENHO QUE ENTREGAR O CARRO HOJE!" grita o Jaime e volta a segurar-me a mão.
Tenta abrir os dedos, eu bato-lhe com a mão livre, mas ele volta a empurrar-me contra o carro.
" LARGA-ME! DEIXA-ME EM PAZ!" estou desesperada, não vejo ninguém na rua.
Mas alguém aparece a correr, apercebe-se rapidamente do que se está a passar e atira-se literalmente para cima do Jaime.
O Jaime larga-me a mão, caí aturdido e fica uns segundos no chão.
" A senhora está bem? Quer que chame a polícia? " pergunta uma voz forte, exigente.
Ao ouvir a palavra " polícia ", o Jaime levanta-se de imediato e desata a correr pela rua acima.
O senhor hesita, não sabe se o há-de seguir ou assegurar-se que estou bem.
" Obrigada, não é preciso." e reconheço então o homem com porte militar que estava na loja e no restaurante.
" Tem a certeza?" repete o senhor.
" Sim, não se preocupe. Chamo-me Joana Meireles." e estendo a mão.
" Amadeu Almada, ao seu dispor!" e faz-me sorrir com a frase antiquada.
Espera que eu entre no carro, fecha-me a porta e afasta-se.
Arranco, ainda o vejo pelo espelho retrovisor e viro para a avenida.
Que homem interessante! penso, gostaria de saber mais sobre ele.
Mas como? diz-me uma vozinha irritante, se te esqueceste de lhe pedir o numero de telemóvel.
FIM
Comentários
Mais uma vez gostei muito de acompanhar a história.
Abraço e saúde
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Intempéries no sentimento imaturo
Beijo, e um excelente dia :)
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Saudações poéticas
Cuide-se ... proteja-se.