O JANTAR - FIM


A Joana fica surpreendida pelo telefonema e aceita encontrar-se comigo num bar ali próximo da minha casa.

Porque insisti naquele bar, não sei, mas decidi seguir o conselho da minha nora e arriscar.

A Joana é Chefe de Vendas de uma marca de cosmética, não admira que a maquilhagem dela seja perfeita, penso.

É uma promoção recente, explica, só estou no escritório de manhã para coordenar o serviço e à tarde, ou tenho reuniões com os fornecedores e distribuidores ou com clientes.

" Mas quero saber de si. Sei que é reformado, mas, pelo que vejo, mantém-se activo." diz.

Falo do meu interesse por Mapas Antigos, das minhas visitas aos antiquários e bibliotecas, do Clube de Leitura, até da morte da Ana.

Ela pouco conta sobre ela, só fala da irmã, a Camila com quem divide o apartamento.

Nada diz sobre o que se passou naquela noite, na relutância em envolver a polícia, mas estou tão fascinado por ela que não averiguo isso a fundo.

Um beijo de boa noite parece-me adequado, mas tenho vontade de o repetir e ela não diz não.

É um beijo mais intenso, mais profundo.  Respiro fundo, as minhas mãos têm vida própria e percorrem o corpo dela.

Não dizemos mais nada, não precisamos, sabemos que temos que estar juntos esta noite.

Não acendo as luzes, pego-lhe na mão, levo-a até ao quarto e o Mundo desaparece.

É uma noite de paixão louca, mas ao mesmo tempo, doce, terna.

Se a D. Fátima fica admirada ao encontrar a Joana no dia seguinte na cozinha com o meu roupão, não diz nada.

Não há nada a dizer...porque eu estou a apaixonar-me.

Como se tivesse a idade do Bernardo!


FIM

Comentários

Elvira Carvalho disse…
Bom, agora que já não é militar, e decerto já aprendeu a lição, pode ser um final feliz. E os filhos? Como irão aceitar?
Bom decerto a história ainda está longe do fim,
Abraço e saúde
Gostei bastante. Mais uma bela estória! :))


Beijo e uma boa tarde!:)

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