OS SOBRINHOS - PARTE IV

Os três rapazes saem depois das recomendações habituais, não saiam da parque e voltem dentro de meia hora.

Se a Teresa e a Filipa estão a falar, estão a falar tão baixo que não consigo ouvir.

A Teresa parece preocupada quando volta à cozinha e sem quebrar as confidências da sobrinha, aconselha-me a conversar com ela sobre sexo.

" Sexo???" repito " Mas o que queres dizer? " insisto, mas a Teresa desculpa-se, já está atrasada para a reunião na loja.

Fico preocupada, passa-me pela cabeça inúmeras situações e só espero que não esteja grávida.

Rejeito de imediato essa possibilidade, a Filipa é uma rapariga inteligente, mas nunca se sabe, diz-me uma vozinha chata.

Os rapazes regressam, a muito custo convenço o Matias e o Edgar a tomarem um duche e a vestirem o pijama.

O Gustavo chega entretanto, está cansado, mas termina o jantar que a D. Ana deixou bem adiantado.

Muito contrariado, o Miguel põe a mesa e a Filipa só aparece quando já nos estamos a sentar.

A Filipa parece muito cansada, precisa urgentemente de cortar o cabelo, mas quando sugiro uma ida ao cabeleireiro, diz logo que não.

" Porque não? " pergunta o Gustavo " Está muito comprido; enquanto não o cortares, apanha-o."

A Filipa resmunga qualquer coisa, mas o Edgar derruba o copo de água e distrai-nos.

" Oh, pá, és mesmo um nabo!" recrimina o Miguel e o Edgar faz beicinho, pronto a desatar num pranto que vai ser difícil controlar.

" Não é preciso chorar, Edgar!" diz o Gustavo " Foi um acidente; tens que ter mais cuidado."

Deitar os miúdos, arrumar a cozinha, já são dez horas quando me sento na sala ao pé do Gustavo e lhe conto o que a Teresa me aconselhou a fazer.

O Gustavo fica imediatamente preocupado.

CONTINUA