O DESAFIO - PARTE IV

De vez em quando, a Catarina olha para nós, tenta incluir-nos na conversa, mas estamos tão surpreendidos que não conseguimos dizer nada.

O meu Pai desculpa-se com um encontro com uns amigos e vai-se embora uma hora depois de almoçarmos.

" Vocês..." diz a Catarina pausadamente "... a única palavra que me ocorre é impossível! Estiveram ali calados, não se interessaram por nada do que ele disse... Por amor de Deus! E, tu..." e olha fixamente para a Maria " não fizeste qualquer esforço para participar."

" Eu?? Mas o que é que querias que fizesse, se mal conheço o homem? " reage a namorada do meu irmão.

A Catarina fica exasperada e murmurando um "desisto!" fecha-se na cozinha.

" Deus queira que não parta nada!" brinca o Francisco e eu dou-lhe uma sapatada.

" Ela tem razão! Podíamos ter feito perguntas, ele está a tentar encontrar um rumo... Não sabia que ele gostava de Mapas!" comento.

" Também nada! Pelos vistos, anda a visitar antiquários e tu trabalhas na área, Maria. Tens contactos, podias ter perguntado do que é que ele anda à procura... sei lá, indicar mais pessoas..." observa o Francisco.

" Agora, a culpa é minha? " responde a Maria.

" Por amor de Deus! Não te armes em vítima; só estamos a dizer que conheces pessoas na área e podias dar-lhe outros contactos!" interrompo.

A Maria não está muito satisfeita, o Francisco também não e despedem-se pouco depois.

A Catarina continua sem abrir a porta da cozinha. Bato à porta e peço:

" Vá lá, Catarina, abre a porta, deixa-me ajudar! "

A minha mulher não diz nada, mas abre a porta. A cozinha está já impecável e a Catarina está sentada à mesa com uma chávena de café na mão.

" Ok, admito que fomos indecentes." digo.

" Pois foram... Ele está a tentar encontrar um rumo, tem uma série de hobbies interessantes e vocês foram incapazes de lhe perguntar fosse o que fosse!" acusa a Catarina.

CONTINUA