BERNARDO
Fiz asneira e da grossa!
O meu Pai fica muito sério quando lhe explico o porquê de ficar suspenso um mês.
Só me pergunta se a cabeça serve só para passear com os ombros e não diz mais nada.
Preparo-me para ouvir música, jogar até às quinhentas e dormir até tarde.
Depois encontro-me com os colegas no Shopping para darmos uma volta.
Contudo, a minha Mãe tem outras ideias e embora proteste veementemente, é-me dito que a " sentença" está dada e é irrevogável.
" Mas o que é que eu vou fazer todo o dia na livraria? "
" É fácil..." explica a Mãe pacientemente " De manhã, ficas sentado no meu gabinete a rever a matéria, a fazer os exercícios que vais pedir a um dos teus colegas que te envie e à tarde, ajudas-me a repor as prateleiras... Ah, e vais ao Clube de Leitura que começou hoje."
" O quê? Clube de Leitura?" repito e os meus Pais confirmam.
Por isso, cá estou eu à espera que esta porcaria do Clube comece.
A Mãe entregou-me o livro, " Cem Anos de Solidão ", que título idiota que folheio sem grande atenção.
Os outros membros, suspiro quando os vejo.
A tal Rita deve ser da idade da minha Mãe; o Nicolau é velho demais e o António tem um ar tão profissional que nem me atrevo a dirigir-lhe a palavra.
Alto, mas quem é este? Alto, com o cabelo cortado à escovinha e pelo porte, deve ser militar.
Efectivamente é, Major Amadeu Almeida que me aperta a mão como se eu fosse importante.
Fico curioso e vejo que ele também me observa atentamente.
Quando a Mãe sugere que se fale no autor, porque nem eu nem o Major lemos os dois primeiros capítulos, este lança-me um desafio:
" Oh, Bernardo, vamos ver quem chega à página 150 até à próxima semana? "
Fico tão surpreendido que nem respondo.
O meu Pai fica muito sério quando lhe explico o porquê de ficar suspenso um mês.
Só me pergunta se a cabeça serve só para passear com os ombros e não diz mais nada.
Preparo-me para ouvir música, jogar até às quinhentas e dormir até tarde.
Depois encontro-me com os colegas no Shopping para darmos uma volta.
Contudo, a minha Mãe tem outras ideias e embora proteste veementemente, é-me dito que a " sentença" está dada e é irrevogável.
" Mas o que é que eu vou fazer todo o dia na livraria? "
" É fácil..." explica a Mãe pacientemente " De manhã, ficas sentado no meu gabinete a rever a matéria, a fazer os exercícios que vais pedir a um dos teus colegas que te envie e à tarde, ajudas-me a repor as prateleiras... Ah, e vais ao Clube de Leitura que começou hoje."
" O quê? Clube de Leitura?" repito e os meus Pais confirmam.
Por isso, cá estou eu à espera que esta porcaria do Clube comece.
A Mãe entregou-me o livro, " Cem Anos de Solidão ", que título idiota que folheio sem grande atenção.
Os outros membros, suspiro quando os vejo.
A tal Rita deve ser da idade da minha Mãe; o Nicolau é velho demais e o António tem um ar tão profissional que nem me atrevo a dirigir-lhe a palavra.
Alto, mas quem é este? Alto, com o cabelo cortado à escovinha e pelo porte, deve ser militar.
Efectivamente é, Major Amadeu Almeida que me aperta a mão como se eu fosse importante.
Fico curioso e vejo que ele também me observa atentamente.
Quando a Mãe sugere que se fale no autor, porque nem eu nem o Major lemos os dois primeiros capítulos, este lança-me um desafio:
" Oh, Bernardo, vamos ver quem chega à página 150 até à próxima semana? "
Fico tão surpreendido que nem respondo.
CONTINUA
Comentários
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Quando vens o teu silêncio é notado
Boa noite, e uma excelente semana. Beijos!
Foi um personagem que inicialmente não o via crescer quando se tem uma história de adultos, um adolescente ganhar lugar, parece um pouco difícil… a verdade é que pelo entusiasmo da juventude e por justificar a própria personagem do major… acaba por ter um maior relevo na história do que a mãe que me parece, apesar de tudo, mas secundária…
Um personagem com grande potencial, de facto (porque li a evolução dele)