ANTÓNIO - PARTE II
Não sei verdadeiramente o que se passa comigo, se estou a despertar novamente para a vida.
O que é certo é que é quarta-feira, e estou a conversar com o Nicolau à porta da livraria.
Este confessa que está quase a terminar o livro.
O que é certo é que é quarta-feira, e estou a conversar com o Nicolau à porta da livraria.
Este confessa que está quase a terminar o livro.
" Sei que eram apenas os primeiros dois capítulos que devíamos ter lido, mas está escrito de uma maneira tão fluída, tão cativante e a história é tão intensa que não consegui largar."
" Também me aconteceu isso." digo " E a mensagem é poderosa, não acha?" .
Mas o Nicolau não me responde, já estamos dentro da sala do Clube e há duas pessoas novas que nos olham desconfiadas.
A Rita (Ups! Mudou de penteado e o vestido.... não sei se a palavra correcta será sexy!) sorri-nos travessa e a Aida (maldita a hora em que as mulheres optarem por este "uniforme" de calças jeans e T-Shirt) faz as apresentações.
" O meu filho Bernardo e o Major Amadeu Almeida. Como é a primeira vez que os dois estão presente, pensei que talvez fosse melhor falarmos um pouco mais sobre o autor."
Todos concordamos e depressa percebemos que o Major, que não deve ter mais que cinquenta e cinco, sessenta no máximo gosta muito do som da sua voz.
" Coitado! Pensa que está na recruta, a disciplinar os soldados!" comenta a Rita e a Aida dá-lhe uma cotovelada.
" Não me faça rir, ele ainda ouve e temos que suportar um discurso veemente sobre as virtudes do exército!"
" Creio que o Bernardo está interessado no que o Major tem para dizer!" observo.
O Bernardo e o Major estão a conversar animadamente, provavelmente sobre o desafio que foi lançado.
" Até para a semana!" despeço-me e saio para a rua.
O Nicolau também vem e pergunto-lhe se não quer jantar comigo ali no restaurante da esquina.
O Nicolau aceita, está tão sozinho como eu (dediquei grande parte da minha vida a pesquisar sobre Literatura Medieval, diz) e considera Gabriel Garcia Márquez um autor " light".
A palavra confundiu-me, mas depois percebi o porquê.
Ler português ou francês arcaico deve ser extremamente difícil.
" Como eu ler o POC!" afirma a Laura e o nosso irmão Gonçalo concorda.
Pedem-me mais detalhes sobre o Clube, mas já que vierem para me ajudar a arrumar a cozinha, é isso mesmo que quero que façam.
CONTINUA
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O clube avança, amizades surgem com naturalidade, cumplicidades, também.