A HISTÓRIA DO MAJOR - PARTE II


A D.Fátima diz que continuará a trabalhar cá em casa, deve ter pensado que a casa tornar-se-á numa pocilga, mas terá uma surpresa ao ver a cama feita, a cozinha arrumada e a casa de banho limpa.

Não vou limpar pó ou aspirar e espero que ela saiba engomar as minhas camisas com rigor.

O que vou fazer com o meu tempo está ainda um pouco confuso... mas gostava de saber mais sobre a cidade.

Vou até à Biblioteca, encontro mapas e procuro outros nos Antiquários.

Sempre gostei de Mapas e de desenhar e é isso mesmo que vou fazer.

A D.Fátima fica admirada quando me vê a instalar cavaletes no antigo escritório da Ana.

Não sei se o computador é adequado aos programas que quero instalar e dou uma vista de olhos.

A caixa de correio da Ana está cheia de mails. Alguns são publicidade, outros de amigas (algumas até encontrei no funeral) e vários são de alguém que assina José.

São íntimos e fico a pensar se não terá sido por causa dele que a Ana falou em divórcio.

Nunca saberei, não vou perguntar a ninguém e apago tudo. 

Decido não trabalhar com este computador, vou comprar outro, pedir para me instalarem os programas que pretendo.

Em breve, tenho uma rotina estabelecida que termina ao fim do dia com um grande passeio pelo quarteirrão.

É num desses passeios que descubro o Clube de Leitura.

Ainda pode entrar, dizem-me, ainda não começou e eu entro num sala com as cadeiras dispostas em circulo.

Uma mulher agradável, não deve ter mais que trinta e cinco, quarenta anos, apresenta-se como sendo a gerente, a responsável pelo Clube.

Há um rapaz muito calado que folheia um livro sem interesse. Sorrio-lhe, mas ele faz de conta.

É então que entra uma mulher esbelta, com uns olhos verdes grandes e cabelo ruivo!

Retenho a respiração, a mulher dos meus sonhos acaba de chegar à minha vida.

Sinto-me como se fosse um adolescente,  mas torna-se claro que os outros dois homens, o António e o Nicolau, também estão apaixonados por ela.


CONTINUA


Comentários

Lindo!
O amor está no ar! :)
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ÀS VEZES...
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Beijos...boa noite!
Por hoje vou ficar por aqui, mas vou acabar por recuperar todos os teus últimos textos…

Este, em particular tem pormenores deliciosos… como a parte em que ele sorri e o Bernardo, ignora… para mim, um conto é feito de todas as pequenas características e de todos os pequenos momentos… e são estes que dão força e características a uma história sobre a vida…

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