A HISTÓRIA DO MAJOR - PARTE III


Não creio que a Rita, é como se chama, note.

Escuta o Nicolau com uma certa deferência, talvez porque o ex- Professor tem uma certa idade, mas quando defendo a minha opinião, há uma certa troça no olhar dela.

Fico um pouco melindrado, mas hesito, não sei se a devo confrontar ou não.

O que me admira mais é a relação rápida de amizade que estabeleço com o Bernardo, o filho da Aída.

O rapaz gosta de desafios, eu também e estamos a dar-nos muito bem.

Porque a relação com os meus filhos continua complicada, apesar dos esforços da Catarina, a mulher do Frederico que insiste em me convidar para o almoço de Domingo.

O Francisco e a namorada, Maria também lá estão, mas o ambiente é pesado.

Não temos grande coisa a dizer, embora a Catarina me faça imensas perguntas sobre os meus hobbies.

Os meus filhos ficam calados, não contribuem para a conversa e vejo que a Maria está pouco à vontade.

Despeço-me logo que possível e ainda escuto a voz irada da Catarina quando entro no elevador.

" Vocês são uns imbecis!" diz a Catarina " Por amor de Deus, não fizeram um esforço para serem, no mínimo civilizados! "

" Oh, Catarina, tens que compreender..." interrompe o Frederico " Ele não esteve presente..."

" Mas está AGORA!" grita a mulher " E, Maria... esperava mais de ti! Esse palerma ficou calado e tu seguiste-lhe o exemplo." acusa.

" Eu??? " repete a Maria " Pouco ou nada sei sobre ele; o que é querias que eu fizesse?"

A Catarina ergue as mãos em desespero e fecha-se na cozinha.

Resolvo dar uma volta a pé antes de ir para casa e dou por mim a pensar se devo ou não comprar um cão.

Já em casa, instalo-me com o livro no escritório e esqueço-me do Mundo.

O livro prende-me a atenção e tal como Bernardo, consulto o Google à procura de Mapas.

A manhã seguinte encontra-se com um Mapa imaginário desenhado no cavalete.


CONTINUA

Comentários

Com tempo recupero os textos antigos, mas quis passar por cá, deixar-te um beijinho e desejar um bom fim de semana
Sofá Amarelo disse…
"A Catarina ergue as mãos em desespero e fecha-se na cozinha.
Resolvo dar uma volta a pé antes de ir para casa e dou por mim a pensar se devo ou não comprar um cão.
Já em casa, instalo-me com o livro no escritório e esqueço-me do Mundo.
O livro prende-me a atenção e tal como Bernardo, consulto o Google à procura de Mapas.
A manhã seguinte encontra-se com um Mapa imaginário desenhado no cavalete."

Um trecho que vale por muitos contos de autores consagrados. Muito bom como consegues sintetizar em poucas palavras e fazes o leitor "ver" o que está a acontecer...

Mensagens populares deste blogue

ABSURDA

VELAS E NOITES DE PAIXÃO