O DIÁRIO DA CARMO - PARTE IV


Março, 3

Felizmente, está frio e posso vestir camisas de manga comprida.

O Afonso está ocupado com uma crise na revista e pouco temos falado. Não sei como lhe explicaria as nódoas negras.

Mas a Eduarda tem um sexto sentido e aparece de surpresa um dia ao fim da tarde, exigindo saber o que se passa.

Conto-lhe por alto a cena, mas ela fica horrorizada e pede-me para apresentar queixa na Polícia.

Não, não é preciso. Tenho a certeza de que isto não se vai repetir e a minha irmã suspira.

Não te atrevas a contar aos Pais, peço e embora não concorde, a Eduarda promete.

Quanto ao Amadeu, pouco fala comigo. Somos dois estranhos a partilhar uma casa.


Março, 25

A reunião na revista termina tarde e recuso o convite do Afonso para uma última bebida.

Estou cansada, quero tomar um duche, um jantar rápido e dormir.

Infelizmente, o Amadeu está em casa e começa um interrogatório exaustivo.

Já te disse que estava numa reunião na revista e o sorriso dele é de aço quando insiste na pergunta, tens a certeza?

Claro que tenho a certeza, responde irada e é o suficiente para receber um grande pontapé nas costas.

Caio desamparada no sofá e tento proteger-me.

Mas o Amadeu não desiste e recebo novo pontapé nas pernas. 

Torce-me um dos braços e dá-me uma grande bofetada que me abre o lábio.

Outro atinge-me o olho e a última é no peito.

Depois, atira-me novamente para o sofá e saí da sala.

CONTINUA

Comentários

Maus um belo e interessante capitulo :)!

Olho além, numa visão de muita saudade (POETIZANDO)
Beijos e bom fim de semana.

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