A DECEPÇÃO - PARTE II


" Minha nossa, é igual ao Pai! " pensa a Fátima.

" A minha Mãe aqui? Mas não estava no Brasil?" o Francisco está confuso.

Não a vê há mais de cinco anos, mas nunca esqueceu a cara dela.  

Está mais velha, claro, veste-se de uma forma que ele considera exuberante, mas é ela.

" Francisco? " pergunta a Fátima, hesitante " O que fazes aqui? Vives aqui? "

" Não, estou só a passar o fim de semana." a resposta foi um pouco seca, mas Fátima não esperava outra coisa.

" Podemos tomar um café e conversar um pouco?" diz a Fátima, mas Francisco abana a cabeça.

" Não, obrigada. Estou com uns amigos e depois... " não sabe que palavras usar, sem a ofender " não tenho nada a dizer-lhe!" concluí e afasta-se.

Fátima está abalada, ela que se acha uma mulher forte, que nada a derruba.

Em casa, depois de arrumar as compras, senta-se e telefona à irmã.

Quando lhe conta o que aconteceu, a Marina suspira e observa:

" Estavas à espera de quê? Beijos e abraços? Abandonaste-o, ficou sozinho com o Pai... A Mãe fugiu para o Brasil atrás de um homem, é o que ele ouviu, o que sabe de ti."

" Podia ter sido mais simpático!" e a irmã reage de imediato:

" Mas ele foi muito simpático! Não te insultou; foi apenas claro! Tu já pensaste bem no que fizeste? Magoaste toda a gente!" repete.

Fátima abre a boca para explicar a situação, mas a irmã despede-se e desliga o telemóvel.

CONTINUA



Comentários

saudade disse…
Quem semeia ventos, colhe tempestades....
muito bom

Gostei de ler! ;)

Beijos
Larissa Santos disse…
Ora está claro; Concordo com a Saudade:))

DO NOSSO GIL ANTÓNIO :- Palavras sentidas que ( nunca ) escrevo.

Bjos
Votos de uma óptima Quarta-Feira

Mensagens populares deste blogue

ABSURDA

O PROBLEMA DO GONÇALO

A ENTREVISTA - FIM