O BILHETE - PARTE II


Não há barulho no andar de cima quando chego nessa noite.

" Boa! " murmuro " Leu o bilhete e vai comportar-se como uma pessoa decente."

Mas engano-me, pois alguém liga a música no máximo e batem com a porta com toda a força.

Olho para o relógio, mas ainda não são dez da noite e não me posso queixar.

Mas às dez e meia, o barulho continua e fico indecisa. Vou lá bater à porta ou ligo ao condomínio?

Estou nesta indecisão quando se instala o silêncio e eu respiro finalmente.

Nem tinha dado conta que tinha retido a respiração! Curioso!

Preparo-me para me deitar e adormeço logo. 

Por volta das três da manhã, acordo sobressaltada. Que é isto? 

Parecem que estão a arrastar um móvel, alguém grita: " Cuidado com o vaso!"  e ouço este a estilhaçar-se.

Risos e uma voz de mulher diz claramente: " Cuidado para não acordar a vizinha!"

Mais risos e depois sossegam.

Na manhã estou irritadiça e respondo agressivamente a todos que se cruzam comigo.

" Oh, Maria Teresa, o que se passa contigo? " pergunta-me a Isabel à hora de almoço.

CONTINUA

Comentários

Bom dia. Vizinhos barulhentos é um problema. Acompanhando a estória.
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* Mulher = Ventre de Vida...( Poetizando) *
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Votos de um domingo feliz
Sofá Amarelo disse…
A coisa promete e parece não ser pacífico... curiosamente eu próprio já passei por isso de vizinhos a arrastarem móveis a meio da noite... completamente impensável, nunca tirei isso a limpo mas não creio que tivessem sido coisas do outro mundo...

Texto com muito ritmo e apelativo :-)

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