O DJ - O NOVO CASO DO INSPECTOR LEANDRO - PARTE III
O
Sargento Bernardes fechou a porta e disse:
“
Muito segura de si, não é ? Será
que esconde alguma coisa?” falou mais para si do que para o
inspector que lhe pediu:
“
Investiga as finanças do bar; não é
ela quem trata da parte administrativa do bar? Vê o que descobres
mais sobre ela e o sócio, Miguel... “
“
Miguel Fontes” terminou o Sargento
“ Vai interrogar agora o barman? Ou vai ver o local?” perguntou.
“
Manda entrar esse tal Russo!”
suspirou Leandro.
O
barman não tinha mais do que 30 anos. Era franzino; a camisa branca
parecia grande demais para ele. Tinha um olhar vivo, observador e a
alcunha vinha do cabelo ruivo.
Depois
das perguntas rotineiras (idade, anos de trabalho no bar, etc),
Leandro pediu:
“ Já
conhecia este Dj Macabro? O que me pode dizer sobre ele?”
“ De
nome. Pessoalmente, só quando começou a actuar cá. Chamou mais
gente...” acrescentou o barman.
“
Novos clientes? O “Mad” Joe
referiu-se à música dele como “magie noire”; o que é que ele
quis dizer com isso?”
O
Russo riu-se e disse: “ De magia, não tinha nada! Era puro teatro;
brincava com luzes, por vezes, aparecia vestido de esqueleto e
misturava música clássica com a moderna. O pessoal delirava e só
fazia disparates...”
“
Ele conversava com os clientes? O que
é que estes diziam dele? “ Leandro consultou as notas e repetiu: “
O “Mad Joe” também disse que o ambiente é diferente nos outros
dias. Mais calmo, mais familiar. Concorda com ele?... Vá lá, Russo,
você é o barman e as pessoas falam consigo!” insistiu Leandro ao
ver que ele hesitava.
“ É,
era muito arrogante e vaidoso. E, se notava que as pessoas não
gostavam da música, tratava-as tão mal que algumas só apareciam cá
nos dias em que ele não actua. Com as mulheres... era um verdadeiro
biltre!” desabafou o Russo.
“OK...
Sabe se estava metido em drogas?” perguntou Leandro.
“
Não, não ouvi falar nada. Se
houvesse alguma suspeita, creio que o Miguel não o contrataria. “
Russo bocejou e fez a mesma pergunta do “Mad” Joe:
“
Vai demorar muito, inspector? Tenho
um workshop esta tarde e queria dormir um bocado.
Leandro
fechou o bloco de notas, fez sinal ao Sargento e levantou-se.“
Não, para já é tudo. Deixe os seus
contactos com o Sargento; é natural que haja mais perguntas.” e
depois de apertar a mão ao barman, saiu para ver o local do crime.
CONTINUA
Comentários