O CONSELHO DE FAMÍLIA PARTE II
Ah, Laura, está tudo bem na loja? a Rita é a primeira a reagir, senta-te, toma um chá connosco. Conta-nos tudo.
A Laura sorri, é um sorriso frio, trocista, a Teresa sente-se pouco à vontade, não, obrigada, responde a cunhada, aceito o chá, mas levo-o para o meu quarto, estou muito cansada. O António, quando chegar que me bata à porta, pede e sobe as escadas.
Que frieza! comenta a Teresa, às vezes, surpreendo o Miguel a sorrir assim... e sinto-me desconfortável, sabes? O António é um pouco frio, principalmente quando não conhece as pessoas...mas, depois torna-se acessível, agradável.
O Gonçalo também, responde a Rita, mas é por isso que é um bom homem de negócios. Eu também sou boa a negociar, mas exalto-me um pouco, e ri-se.
A Teresa sorri, serve-lhe mais chá, os homens chegam entretanto.
Conseguiram ver o Pai e falar com o médico, temos que nos preparar para o pior, afirma o Gonçalo, pode não passar desta noite, acrescenta o António, o que será da Mãe?
Agora não vamos pensar nisso, interrompe a Teresa, vamos comer qualquer coisa e depois dormir.
Tanto o António como o Gonçalo estão preocupados, têm que pensar na Mãe, o que fazer com a irmã e com a quinta.
Pouco dormem, por isso, já estão na cozinha a tomar o pequeno almoço com a Laura e com o Miguel quando telefonam do Hospital.
O Pai acaba de morrer, podem ir até lá, há burocracia a tratar, o António encarrega-se disso, decide o Gonçalo, eu explico à Mãe, não, intervém o Miguel, é melhor ser eu!
Claro, eu vou falar com a funerária, resolver o que fazer, diz o Gonçalo, vai para o jazigo da família?
Não, a voz da Laura é seca, ele queria ser cremado, e os dois irmãos suspiram, tens a certeza disso? o avô não me disse nada, observa o Miguel, e eu falava muito com ele!
Mas eu sei que ele queria ser cremado, insiste a Mãe, acho que há um documento no escritório dele, no cofre.
Eu vou lá, oferece-se a Teresa, sabes a combinação? e a Laura acena que sim, então, vem comigo e desaparecem no escritório.
O Miguel sobe as escadas, ouvem-no a bater à porta do quarto da avó, a governanta chega nesse momento, a Rita explica-lhe tudo.
É melhor alguém avisar os empregados de que hoje, não se trabalha, sugere o António, mas o Gonçalo abana a cabeça, devem ter mercadoria a receber, encomendas a enviar, eu ocupo-me disso, atalha.
Não, não, Gonçalo, deixa que seja eu a fazer isso, exclama a Teresa que entrega um papel ao marido.
O António lê-o atentamente, passa-o ao Gonçalo, ok, eu vou combinar tudo com a funerária, murmura.
O irmão pega na chave do carro, eu vou até ao Hospital, suspira, abalado, eu vou contigo, repete a Laura, tens a certeza? pergunta o irmão.
CONTINUA
Comentários
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Não importa aonde fomos...
Beijos e uma excelente semana
Abraço e saúde