GUSTAVO & Cª. PARTE II

 

A Lena é uma rapariga muito simpática, a Avó, tal como o Miguel disse, é um doce.

A única pessoa que me faz sentir desconfortável é a Laura, uma pessoa tão distante, tão fria, desabafo quando telefono nessa noite à Mãe, não disse uma única palavra durante o jantar!

Eu sei que ela andou fora e dentro de clínicas psiquiátricas, explica a Mãe, mas para ser franca, não entendi muito bem o que tem verdadeiramente.

Espero não ter muito contacto com ela, digo, há uma certa hostilidade no olhar, sinceramente, não gostei.

Não penses nisso, tens um projecto a desenvolver, aconselha a Mãe, diverte-te também.

Trocamos mais umas banalidades, desligo, prepara-me para dormir. Já tenho algumas ideias, tenho que estudar bem o local.

Passo parte da manhã a desenhar o espaço, a estudar o solo e à hora de almoço, já tenho um plano.

Ainda tenho que confirmar certos detalhes, conto à mesa, estamos a almoçar os três na cozinha, a Avó ficou no quarto e a Laura está na loja, almoça mais tarde, mas ainda hoje te mostro um desenho.

Ok, responde o Miguel, não tenhas pressa, sei que estas coisas demoram e não temos um prazo a cumprir, continua.

Não gostavas de dar um passeio pela quinta? sugere a Lena, dá-te uma ideia mais exacta do ambiente onde tudo se vai desenvolver.

É melhor calçares botas de caminhada, recomenda o Miguel e eu rio-me, pois o Bernardo, grande adepto de caminhadas, um bom desporto para toda a família, confidencia, obrigou-me a comprar umas.

Volto ao quarto, calço as ditas botas e encontro-me com os outros dois no pátio, seguimos dali para a vinha, a Lena está no seu elemento, esclarece todos os detalhes do trabalho.

Depois, vamos para o pomar, estou espantado e tanto o Miguel como a Lena riem-se, também temos abelhas, exclamam, e ali à frente, há um pequeno riacho, agora está muito frio, mas no Verão podemos tomar banho lá.

Acabamos por ir lanchar ao café da vila, o Miguel é conhecido, servem-nos torradas com compota, que compramos na loja da Mãe, esclarecem.

Como é que andamos tanto e eu nem dei por isso? confesso e os dois voltam a rir-se, aqui não há distâncias, agora é a minha vez de sorrir.

Por coincidência, o jipe da quinta passa pelo centro da vila, foi entregar umas encomendas e dá-nos boleia.

Não quero admitir aos meus amigos, mas estou exausto.

CONTINUA

Comentários

Verena disse…
Pelo visto o passeio foi divertido.
Lindo dia.
Um grande abraço, Marta
Verena.
Caminhar em família proporciona sempre bons momentos! Gostei :)

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Beijos. Boa noite!
Elvira Carvalho disse…
Continuo a acompanhar encantada.
Abraço e saúde

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