O JANTAR DANÇANTE
Está decidido: ou fico a dormir no Hospital ou alugo uma casa.
Não posso ficar aqui em casa, o Pai parece não entender que tanto eu como a Joana, a futura estrela do jornalismo, escolhemos profissões sem horários.
Principalmente agora que vou começar a especialização e o pouco tempo que tenho livre é para dormir, divertir-me.
Acho que a Joana está a pensar o mesmo, mas para ela é mais complicado sair, pois vive da mesada dos Pais.
Se ficam surpreendidos por eu aparecer para jantar naquele domingo, não dizem.
A Avó Berta está presente, tem sempre histórias divertidas para contar e quer saber tudo o que acontece com o futuro médico.
Pena que não te possa consultar, diz, o meu neto doutor!
Posso sempre aconselhar um colega, sugiro, ah, e um rapaz jeitoso, por favor, responde a Avó.
Oh, Mãe, que disparate! interrompe o Pai, mas a Avó ri-se.
Estou velha, mas não tão velha assim! Ainda sei apreciar um homem, protesta a Avó, precisas de sair mais, estás a ficar antiquado!
A Mãe esconde um sorriso e a Joana ri abertamente.
Está difícil convencê-lo a sair, observa a Mãe, desde que frequentou aquele workshop de carpintaria, passa a maior parte do tempo fechado na garagem a fazer trabalhos de madeira!
Não tenho paciência para aturar o grupo, explica o Pai, o Mário está sempre a queixar-se da Francisca, o Paulo está mais interessado na garrafa e o Amadeu só fala de futebol!
Não temos obrigatoriamente de sair com o grupo, comenta a Mãe, as minhas colegas falaram-me num jantar dançante num Hotel da cidade, acho que é na próxima semana; podíamos ir, estávamos com pessoas diferentes, conhecíamos outras!
Um jantar dançante? repete a Avó, que ideia interessante! Achas que também posso ir?
Ficamos todos a olhar para ela.
CONTINUA
Comentários
Abraço, saúde e bom domingo
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Procuro a paz que anda perdida
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Beijo, e uma excelente semana..