O COMEÇO
Ao jantar, a conversa gira em torno de casos complicados e tanto eu como o Pai suspiramos.
Com um estudante de medicina e uma enfermeira em casa, não é fácil gerir as conversas à mesa e naquela noite, o Pai anuncia que está farto, que ou param as histórias médicas ou nós, e incluí-me, jantamos no turno a seguir.
Ora, nós somos uma família, diz, por vezes, temos horários desencontrados e por isso, temos que aproveitar o tempo que temos para estarmos verdadeiramente juntos!
Os " culpados" apressam-se a pedir desculpa, a Mãe pergunta como correu o dia no Banco, o Pai confessa que as pessoas fazem pedidos estranhos e o Gabriel interrompe-o, talvez estejam dementes!
Já não sei nada, as pessoas estão diferentes, impacientes, arrogantes, conta o Pai, e sobretudo, desconfiadas. Perguntaram-me se tinha a certeza que aquele produto tinha acabado, no ano passado, tinham subscrito um!
As coisas mudam num ano, concorda a Mãe, quem diria que a Dra Belmira ia pedir a demissão de um dia para o outro e ainda não conseguimos contratar um substituo? Por vezes, as consultas são adiadas e noutro dia, tive que falar alto a um doente, porque estava a maltratar a auxiliar!
As minhas histórias estão a ser um sucesso, comento e todos me olham surpreendidos.
Sorrio, esqueceram-se que estou presente? brinco, estou a escrever uma série de histórias policiais para o jornal da escola, explico, e está a ser muito divertido.
Não tens descurado os estudos, pois não? intervém o Pai, já sabes as regras!
Definir prioridades, estabelecer objectivos e obter resultados, recito, faço isso após acabar os TPC!
O que é que o teu assassino usa? Veneno, arma, estrangulado? ri-se o Gabriel e eu atiro-lhe um pedaço de pão.
O que é isto? Estamos no infantário, temos que os pôr de castigo? ralha o Pai e a Mãe esconde um sorriso.
CONTINUA
Comentários
Bem vamos ver o que vem por aí.
Abraço e saúde
Bom domingo.
Isabel Sá
Brilhos da Moda