O JANTAR DANÇANTE PARTE V

 

A senhora da mesa ao lado ri-se, vejo que o meu marido conquistou a sua Mãe, comenta, porque é que não lhe dizemos que também sabemos dançar? e estende a mão ao meu Pai.

O Pai fica surpreendido, mas sorri e conduz a senhora até à pista.

Tanto a Mãe como a Avó parecem estar muito divertidas, a música termina e todos batem palmas.

A banda muda de ritmo, penso que as senhoras vão regressar à mesa, mas há troca de pares e vejo que o bailarino convida a Avó e o senhor a Mãe.

Não vejo onde está o Pai, a Joana está algures a tirar fotos e eu percorro a sala com o olhar à procura de um par.

Acabo por me sentar no bar instalado ao fundo da sala, preciso de uma bebida mais forte.

Quem diria que a Avó é tão boa dançarina? E a Mãe? Pena que a Joana não esteja aqui, podíamos trocar impressões sobre os talentos escondidos dos nossos Pais.

Decido voltar à mesa, os meus Pais já lá estão a conversar intensamente com o outro casal e a Avó beberrica um pouco de champagne.

Ah, Gabriel, diz quando me vê, ainda não dançaste comigo! E eu faço questão de dançar com o meu neto ou achas que és importante demais para isso? acrescenta, trocista.

Rio-me e damos uma volta à pista, A banda está a tocar um slow, a Avó acompanha bem o ritmo e ri-se quando a elogio.

Anos de prática, meu caro! e voltamos a rodopiar.

A banda dá os acordes finais, anuncia um pequeno intervalo e estou a conduzir a Avó à mesa quando a Joana aparece muito pálida.

Gabriel, Gabriel, diz, tens que vir depressa à discoteca! Alguém sentiu-se mal e precisa de um médico! e faz-me sinal para a seguir.

A Avó fica curiosa e também nos acompanha à discoteca no andar de baixo.

É uma rapariga que está deitada no chão, há um pequeno grupo de pessoas que me olha com uma certa expectativa.

Não deve ter mais de vinte, vinte e pouco anos, tem cabelo castanho claro e uma pele muito branca.

Está a suar e cheira fortemente a álcool; presumo que seja coma alcoólico, mas não tenho a certeza.

Há quanto tempo está assim? pergunta, mas ninguém sabe. Apenas a Joana dá um palpite, dez minutos, quinze no máximo, explica.

Melhor chamar o 112, e tiro o meu telemóvel do bolso, alguém sabe como ela se chama? O nome dos Pais?

CONTINUA




Comentários

A Malta nova não se controla... Gostei de ler!
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No despertar da melancolia...
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Beijo. Votos de um dia feliz.
Elvira Carvalho disse…
Ou eu me engano muito ou esta menina é a Matilde e aqui está a ligação que eu não encontrava às histórias anteriores. Verdade, Marta?
Abraço e saúde

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