O ENCONTRO - FIM

 

O novo emprego é uma boa aposta, a Luísa está satisfeita, eu também, porque sou promovido e tenho uma certa liberdade nas decisões do Departamento.

A vida corre-nos bem, estamos já a pensar no próximo passo, o casamento, mas a Luísa acha que é cedo demais.

Só agora é que estamos com as carreiras consolidadas, justifica, mais um ano, ano e meio e podemos pensar nisso.

Concordo com ela, ainda há muita coisa a fazer antes de pensarmos no casamento e em filhos.

Mas um dia a Luísa descobre grávida, fica um pouco assustada e eu também.

O que é que vamos fazer? pergunta-me, acho que o importante aqui é saber se o queres ter? replico.

A Luísa olha-me espantada, o que é queres dizer com isso? Claro que sim, não estou a pensar em fazer um aborto... este bebé vai nascer, temos é que reorganizar a nossa vida e preciso de saber se estás disposto a isso.

Isso nem se pergunta, digo, temos que mudar para uma casa maior, vamos ter muitas baby sitter e quanto a infantários, pode ir para o da minha prima Francisca.

A Luísa ri-se, é um bom plano, concorda, mas vamos casar primeiro e não dizemos nada sobre o bebé. Anunciamos depois da lua-de-mel, propõe.

Rio-me, porque não? a família fica entusiasmada com o casamento, a Mãe e a Teresa oferecem os serviços da empresa de catering que abriram recentemente, a Luísa fica um pouco relutante.

Comida vegetariana num casamento? repete, não, claro que não, vamos ter pratos um pouco exóticos e claro que vai haver um vegetariano, mas vais gostar, tranquilizo-a.

A Rita encarrega-se dos convites, a Matilde ajuda-nos a fazer a lista de convidados e a Clarinha faz uma birra monumental porque quer ser a dama de honor.

A muito custo, a Luísa convence-a de que este é um casamento moderno, que o importante é a família estar reunida e divertir-se.

Não é um desfile de moda, é uma reunião familiar, explica, é para celebrar o momento, ninguém tem um papel especial, porque todos são especiais e a minha irmã fica mais ou menos satisfeita.

Decidimos passar a lua-de-mel num sítio exótico e quente, passamos a noite de núpcias num hotel perto do aeroporto, porque o avião é muito cedo.

Escolhemos uma ilha nas Caraíbas e no primeiro dia em que exploramos o local onde nos alojamos, vejo alguém extremamente parecido com o Major.

Será o filho que desapareceu? Não, penso, seria coincidência a mais e dedico-me de corpo e alma a usufruir da companhia da minha mulher.

FIM

Comentários

Elvira Carvalho disse…
Mais uma história que terminou bem. E agora, o que virá por aí? A prisão do Francisco? O fim da história do inspetor? Mais uma dose da terrível Laura? A ver vamos.
Mais uma vez lhe dou os parabéns por este pedaço de história tão bem conseguida. Há mais de um ano que estou viciada nestas histórias que só perco quando estou mesmo aflita dos olhos.
Abraço e saúde
Muito bem. Tudo está bem quando acaba bem :))
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Não desejo se a deusa do teu mar...
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Uma excelente semana
Beijos

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