O PASSEIO - PARTE V
A casa está em silêncio quando acordo.
Ups! Já passa das nove, felizmente não tenho aulas.
Estou cheio de fome, não jantei a noite passada...
Como estará a Clarinha? Chamo-a quando saio do quarto, é a Mãe quem me responde da cozinha.
" Está a brincar com os meninos do andar em frente. Vem cá, Gustavo, conversamos enquanto tomas o pequeno-almoço."
Entro receoso na cozinha, a Mãe está muito séria.
Os olhos estão vermelhos e parece que envelheceu anos numa só noite.
Sinto-me culpado e para grande vergonha minha, pela segunda vez em vinte e quatro horas, desato a chorar.
Abraço-a e só consigo repetir:
" Perdão, perdão, perdão!" e a Mãe não diz nada, só me aperta contra o peito.
" Senta-te, Gustavo e come o teu pequeno- almoço." e enquanto como, ela fala sobre o que sentiu durante o tempo em que a Clarinha esteve perdida.
" Isto não pode voltar a acontecer, Gustavo. Ela só tem cinco anos! Tens que te lembrar disso." a Mãe cala-se, está cansada.
Não há mais nada a dizer, não há mais desculpas a pedir, compreendo agora.
Respeito o silêncio da Mãe, acabo de comer o pequeno-almoço.
A campainha toca, a empregada abre e a Clarinha aparece a correr.
" Gustavo, Gustavo!" e estende-me os braços " Ontem, foste mau! Deixaste-me sozinha!" queixa-se.
" Pois foi, Clarinha! Desculpas-me?" pergunto e a Clarinha brinda-me com um sorriso.
" Vamos fazer um desenho? " pede-me e eu suspiro.
Não me posso esquivar, estou novamente em " confinamento " e lá vamos nós para a sala desenhar um arco-íris.
CONTINUA
Comentários
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Beijo, e um excelente fim de semana! :)
Abraço, saúde e bom domingo