O PASSEIO - PARTE II
Ali perto, há um parque com baloiço e um labirinto que a Clarinha quer explorar.
Fico cá fora, coloco as bicicletas no local adequado e sento-me no muro a vigiar a minha irmã.
Avisto, entretanto, dois amigos meus, o Manuel e o Vicente e ficamos ali uns minutos a conversar.
Confesso que não me lembro da Clarinha, não me passa pela cabeça que ela pode ficar aborrecida e decidido seguir uma família de patos até ao seu esconderijo.
Só vejo que ela não está no parque quando a Mãe telefona e pergunta porque é que não estamos ainda em casa.
Fico imediatamente aflito, pergunto a toda a gente se viu uma miúda com leggings azuis escuras e T-Shirt rosa, a fita do cabelo também é rosa, acrescento.
Há uma senhora que me diz que a viu sair do parque e subir aquele carreiro, aponta e leio no olhar dela uma certa censura.
Subimos o carreiro, mas há tantas bifurcações que decidimos separar-nos e explorar.
Não a encontramos, estamos os três sem fôlego e eu estou desesperado.
Procuro funcionários do parque, um polícia, sou Gustavo Bernardes, identifico-me à agente que está à entrada do parque, não sei onde está a minha irmã, pode ajudar-me?
Em menos de um minuto, organiza-se uma equipa de salvamento e busca e ligo então à minha Mãe.
A Mãe, conta a Matilde mais tarde, ficou tão branca que a minha irmã pensou que ela ia desmaiar.
Afligiu-se, pediu ajuda à vizinha e como a Mãe começou a chorar descontroladamente, telefonou ao meu Pai e à Tia Rita.
Por isso, quando duas horas mais tarde, apareço em casa com uma Clarinha muito suja e muito assustada nos braços, enfrento um júri muito hostil que me aplicará a pena máxima.
CONTINUA
Comentários
Adiante.
O capítulo de hoje é assustador, e por muito grande que seja o castigo do Gonçalo o maior castigo já ele sofreu com a aflição e da procura e a culpa por ter deixado a irmã sozinha.
Abraço e saúde
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Beijos e um dia feliz!