NOTA NEGATIVA - PARTE IV
Está escuro, não consigo identificar a zona, mas sei que nos estamos a afastar da cidade.
Procuro qualquer coisa com que possa cortar as ligaduras, nos filmes parece tudo tão fácil, mas o meu carro está limpo demais.
Entretanto, o Daniel discursa.
Uma série de disparates, parece-me e apercebo-me que ele fala do speed dating.
" Pensas que és melhor do que eu? Porquê? Tens um canudo e eu limpo os corredores do hospital? "
É tão absurdo que nem respondo e parece que isso o enfurece.
" Não dizes nada??? O que é que aconteceu? Emproada, arrogante, estúpida!"
" Afinal, o que é quer? " digo finalmente, mas ele apenas se ri.
Estou desesperada, não conheço esta zona, há pouco iluminação e não há casas.
O Daniel cala-se finalmente e eu não sei realmente o que esperar.
O telemóvel está na carteira, mas não a consigo alcançar.
Talvez pudesse ligar para o 112 e com toda a tecnologia moderna, de certeza que localizavam o carro.
Fecho os olhos, sinto que as lágrimas ameaçam cair e não quero que ele as veja.
Terão passado dez, quinze minutos? O Daniel estaciona o carro à beira de uma praia deserta e decerto pouco frequentada.
Há um café, mas as janelas estão partidas e os degraus destruídos. Uns metros à frente, vejo um armazém, mas está abandonado com as portas fora dos gonzos.
Há lixo espalhado por todo o lado, contentores queimados... Cheira a esgoto, a podre.
O Daniel abre a porta e arrasta-me para fora. Encosta-me ao carro e tenta beijar-me.
Viro a cara para o lado, sinto a respiração dele a roçar-me a pele.
" Então, sê meiga... Só quero um beijo.... vá lá, até podemos ir a um motel... há um aqui muito perto....o que dizes? " e segura-me no queixo.
É tão absurdo que nem respondo e parece que isso o enfurece.
" Não dizes nada??? O que é que aconteceu? Emproada, arrogante, estúpida!"
" Afinal, o que é quer? " digo finalmente, mas ele apenas se ri.
Estou desesperada, não conheço esta zona, há pouco iluminação e não há casas.
O Daniel cala-se finalmente e eu não sei realmente o que esperar.
O telemóvel está na carteira, mas não a consigo alcançar.
Talvez pudesse ligar para o 112 e com toda a tecnologia moderna, de certeza que localizavam o carro.
Fecho os olhos, sinto que as lágrimas ameaçam cair e não quero que ele as veja.
Terão passado dez, quinze minutos? O Daniel estaciona o carro à beira de uma praia deserta e decerto pouco frequentada.
Há um café, mas as janelas estão partidas e os degraus destruídos. Uns metros à frente, vejo um armazém, mas está abandonado com as portas fora dos gonzos.
Há lixo espalhado por todo o lado, contentores queimados... Cheira a esgoto, a podre.
O Daniel abre a porta e arrasta-me para fora. Encosta-me ao carro e tenta beijar-me.
Viro a cara para o lado, sinto a respiração dele a roçar-me a pele.
" Então, sê meiga... Só quero um beijo.... vá lá, até podemos ir a um motel... há um aqui muito perto....o que dizes? " e segura-me no queixo.
CONTINUA
Comentários
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Soubesse eu, dos grãos de areia, o seu valor {Centenário em Poetizando e Encantando}
Beijo e um excelente fim de semana.
Edição especial:- :- Metáforas de amor (Poetizando e Encantando)
Bjos
Votos de uma óptima Noite.