DANÇA DE PRAZER - PARTE III



Quando me deito,


na cama macia e fresca,

já não guardo segredos.

Espalham-se nas linhas direitas

da almofada, vazios de sentido.

Revelam-se contra o teu corpo,

anulam-se e dispersam-se.

O que resta?

Os corpos,

os dois,

fechados

numa lenta dança de prazer.



(Foto de Aleksander Krivicij)

(Textos protegidos pelo IGAC - Cópias proibidas)

(Texto já colocado no WORLD ART FRIENDS)

Comentários

~~jorge disse…
...a foto, a mim evoca a estátua jacente no lago do Palácio de Mateus (V.Real), com sua "suave curva emersa"... primeiro verso de uma coisa em forma de haikai que certo dia alguém escreveu.

O poema... Marta, espero que não se espante se lhe disser que...
(gosto do uso de reticências)
(gosto de seus poemas anteriores)
...mas...
tenho vindo a gostar mais de seus poemas desde que foi deixando as reticências.
(Mas quem sou eu para saber?)

Gosto deste poema, do inesperado do pormenor de uma caligrafia secreta que se espalha nas linhas direitas da almofada.

Gosto do poema que mostra que não precisa dizer mais do que disse. É bom.


Fique bem, Marta.
Nuno de Sousa disse…
Prazer é o que se vai lendo por aqui... fantásticos momento... cheio de beleza. Tens um dom na escrita... continua.
Bjs
Nuno
RENATA CORDEIRO disse…
Sensualíssimo, Marta. Vamos primeiro publicar o primeiro, suponho, Vou procurá-lo.
Beijos,
Sofá Amarelo disse…
A dança de prazer pode ser praticada em qualquer lado, na cama dos segredos ou onde os corpos se percam de desejos...
Cadinho RoCo disse…
Quando deitados os corpos parecem assumidos por outro procedimento.
Cadinho RoCo
Graça disse…
Faltava-me ler este. Um prazer, sempre, a tua escrita.

Um beijo e bom fim de semana.

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