A VISITA - PARTE III
Não, não ficas em casa da vizinha, decide o Gustavo, vais comigo visitar o Bernardo.
Mas porquê? pergunta a Clarinha, quero lá saber do idiota do Bernardo! Calma aí, não se fala assim de alguém que é muito teu amigo, responde o irmão, vais comigo e não se fala mais nisso!
A Clarinha anda o mais lento que pode até que o Gustavo perde a paciência e a obriga a acompanhar o passo dele.
Não é fácil, o Gustavo anda muito depressa, a Clarinha tem quase que correr e está muito cansada quando chegam a casa do Bernardo.
O Bernardo também está mal humorado, não está muito interessado em falar com o Gustavo, mas a Mãe insistiu.
Temos que conviver um pouco mais, não és eremita, diz a Aída, ok, compreendo a frustração, o acidente arruinou os teus planos, mas não resolves nada se ficares aí a pensar no que poderia ter acontecido. Aproveita a pausa e refaz os teus planos! Só tu é que podes decidir!
No fundo, o Bernardo até sabe que a Mãe tem razão, mas não pode negar que tem ciúmes do Gustavo, podiam estar os dois a trabalhar na empresa e levar uma vida de príncipes.
Nos primeiros minutos, o ambiente está tenso, mas a Clarinha descontraí, vê o novo jogo do Bernardo, pergunta-lhe como se joga.
O Gustavo está a pensar em comprar um, escuta também as explicações do amigo e acabam os três por fazer uma competição.
O Bernardo deixa a Clarinha ganhar, mas o Gustavo quer a desforra e a irmã ri-se satisfeita por o ter vencido.
Fazem um intervalo, deixam a menina jogar sozinha e o Bernardo faz imensas perguntas sobre os projectos em que o Gustavo está envolvido.
Trabalha-se muito, às vezes, ficamos lá até às nove, dez da noite para terminar o projecto, mas pagam bem, conta o Gustavo, tenho é que sair do apartamento.
Porquê? O apartamento era bem jeitoso, central, exclama o Bernardo, não estou a perceber!
Eles compraram o apartamento para os estagiários, eu já não sou um estagiário, explica o Gustavo, dentro de um mês ou dois, vão receber novos estagiários e eu não posso estar lá. Nem quero! acrescenta, nem eu nem eles estaríamos à vontade.
E, já tens alguma coisa em vista? quer saber o Bernardo e o Gustavo encolhe os ombros, tenho dois em vista, um até é relativamente perto da empresa, mas estou indeciso. Não sei se será uma boa ideia estar assim tão perto! comenta.
Pois, compreendo, concorda o Bernardo, tens medo que se aproveitem disso para te pedirem para trabalhar até mais tarde ou entrar mais cedo!
Quero um quarto para mim no teu apartamento, interrompe a Clarinha inesperadamente, posso ir lá passar os fins de semana!
Era o que faltava! protesta o Gustavo, eu quero lá passar os meus fins de semana com uma catraia malcriada.
O quê? Malcriada? repete o Bernardo, não, não pode ser, a menina que eu conheço é muito simpática e divertida.
CONTINUA
Comentários
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Olho para trás, continua a saudade ...
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Beijo, e um dia feliz.
Abraço e saúde