O GENRO PARTE III

 

Indico vários locais, o Miguel diz que se encarregará de fazer as reservas e eu desafio a Clarinha a passar uns dias fora.

O filho está com o Pai e com avós paternos e o Inspector Bernardes foi com a cunhada e o filho mais velho para a Vila.

Preciso mesmo de Sol, praia, boa comida e boa companhia e sinto-me em forma quando regresso à cidade.

A Clarinha foi ter com o irmão e com o Pai, acho que a Matilde e o Bernardo vão lá ter mais tarde.

Telefono aos meus filhos e depois à Filipa que diz estar a recuperar bem, que ela e a Mãe vão para fora na próxima semana e quer que os filhos passem lá um fim de semana.

Depois falamos sobre isso, digo e após a troca de mais umas banalidades, desligo.

Estou a instalar-me no sofá para ver o jogo quando o telemóvel toca, fico contrariado, quero mesmo assistir ao jogo, mas quando vejo o nome da Carolina no écran, não hesito.

Aconteceu alguma coisa à Filipa? É preciso ir para o Hospital? e a minha sogra ri-se, calma, a Filipa está óptima, a recuperar muito bem, repete, mas aconteceu qualquer coisa e preciso da tua opinião. Podemos tomar o pequeno almoço juntos nessa confeitaria ao pé do teu apartamento? Às 09h00?

Claro que sim, concordo, mas é assim tão grave? e a Carolina volta a rir-se, falamos amanhã, e desliga.

O que é que aconteceu? matuto, mas o jogo começa, a minha equipa perde a primeiro oportunidade de golo e eu insulto-os.

A noite não tem um final feliz, deito-me derrotado, mas às 09h00, lá estou eu sentado à mesa da confeitaria à espera da Carolina.

Esta chega elegante e discreta como sempre, pede desculpa pelo ligeiro atraso e espera até a empregada se afastar para falar.

Como te disse, não é nada de grave, diz, ou melhor dizendo, é grave, mas pode ajudar-nos a compreender o que aconteceu à Filipa.

Olho-a intrigado, a Carolina sorri novamente, houve um incidente lá no prédio, um vizinho agrediu violentamente uma vizinha e ela fez queixa, explica, quando a Filipa soube quem foi, ficou muito pálida e fechou-se de imediato no quarto, não quer saber de mais nada.

Pensa que esse tal vizinho também a agrediu? exclamo, mas a empregada chega nesse momento e a minha sogra cala-se.

CONTINUA

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