CALAR - PARTE II
Não devia ter deixado que a situação evoluísse...
Não era a primeira vez que o Carlos a maltratava, mas Vera sempre achou que a melhor política era ignorar os comentários.
Talvez fosse realmente um sinal de fraqueza como as outras pessoas sussurravam...
Sim, toda a gente comentava a situação, embora não o fizesse abertamente.
Nem ia passar a vida a tentar adivinhar o que o Carlos iria dizer; não faria mais nada na vida.
Contudo, é apanhada desprevenida naquele dia em que o Carlos irrompe pela sala e acusa-a de ter dado informações erradas.
" Informações erradas? Mas estás a falar do quê?" pergunta a Vera, sem perceber nada e já a rever mentalmente os acontecimentos do dia anterior.
" O cliente diz que nunca lhe disse que precisava da peça até ao dia dois e que tem provas!" repete o Carlos.
" Que cliente? Que peça?" volta a questionar a Vera.
" Sabes muito bem de que cliente estou a falar...." diz o Carlos.
A Márcia aconselha baixinho, pega no telefone, diz que vais esclarecer com o cliente, palerma.
" Ok, diz-me quem é o cliente e eu esclareço a situação com ele." responde a Vera.
A Márcia suspira de alívio e o Carlos olha-a incrédulo.
A Vera a responder? quase que adivinha o que ele está a pensar naquele momento.
" Estou à espera!" volta a questionar a Vera e pega no telefone, pronta para ligar à pessoa em questão.
CONTINUA
Comentários