PACIÊNCIA - PARTE IV


Despe o anorak, descalça as galochas e só de meias, encaminha-se para a escada de acesso ao escritório.

Ouve um riso abafado e nota que há luz na sala do arquivo.

Que estranho! Quem estará na sala a esta hora da manhã? 

A porta está entreaberta, a Rita dá-lhe um ligeiro empurrão e entra.

A Luciana e o Mendes estão meio despidos e envolvidos num abraço intenso. 

Separam-se imediatamente e a Luciana tenta compor a roupa.

A Rita olha-os horrorizada e dá um passo atrás, sem saber bem o que fazer.

É o que basta para que Mendes se aproxime dela e lhe prenda o braço.

" Não vais dizer nada, ouviste? Absolutamente nada! Estás-me a ouvir? " grita.

" Oh, Mendes, larga-a!" pede a Luciana, assustada.

Mas, desta vez a Rita não bloqueia e sacode-lhe o braço cuidadosamente.

" Não digas disparates! Merecias que eu dissesse alguma coisa, mas, não, não vou dizer nada.... Não tenho por hábito dizer mal dos outros. Ao contrário de certas pessoas!" acrescenta.

" Essa piada é para mim? " indaga a Luciana.

O Mendes abre a boca para falar, mas a Rita não quer ouvir.

" Não quero mais conversas! Para mim, o assunto morre aqui! " e saí.

CONTINUA

Comentários

É, claro, que não nos falta paciência para aguardar o desenrolar desse novelo!
Abraços,
Sofá Amarelo disse…
Eis uma situação que pode acontecer em algumas empresas ou em alguns locais menos "apropriados"... por isso, quem entra deve usar sempre uma certa discreção e apurar especialmente os ouvidos... uma situação bastante comum e que muito bem descreves, como se já tivesses tropeçado numa situação semelhante...

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