O meu irmão escuta atentamente tudo o que tenho para dizer e quando termino, respira fundo, acho que deves marcar a tal reunião para acertarem detalhes para a venda. Mas porquê? protesto, gosto da zona, também a paguei, mas o Bernardo abana a cabeça, é melhor para todos, repete. Quando nos despedimos, prometo marcar uma reunião com os advogados e com o Ramiro e ele dá-me o nome de um amigo que trabalha numa imobiliária. Pode ajudar-te a encontrar um T1 em conta na zona que queres, mas eu ainda não sei valores, interrompo, mas o Bernardo insiste em ter todas as opções em aberto. É a primeira vez que vejo o Ramiro em dois meses, cumprimenta-me educadamente, mas mantém uma distância, ainda não compreendi muito bem o que causou a separação. O meu advogado, pois fiz questão que a reunião fosse no escritório dele, convida a sentar-nos, servem-nos café e água. O Ramiro pede licença para falar primeiro e enquanto expõe a visão, percebo que até já tem um comprador em vista para casa. Ente...
Pois, não sei o que fazer, remato e a minha sobrinha Margarida suspira, Leonor, Leonor, não sei o que te dizer, é uma situação delicada, confessa, mas se queres a minha opinião, tu e o Ramiro já não estavam bem há algum tempo e isso era visível para todos. Abro a boca de espanto, o que é que isso significa? pergunto, o nosso casamento foi sempre um pouco tempestuoso, mas isso é porque somos pessoas com personalidades fortes. A Margarida volta a suspirar, teimosos queres tu dizer, atalha, nas reuniões familiares, notava-se que tinham discutido forte e feio antes. Ok, às vezes, essas reuniões podem ser aborrecidas, mas organizamos um jogo, qualquer coisa que nos faça rir e o Ramiro ficava sentado com ar de mártir e tu estavas tão amuada que nem falavas, acrescenta. Olho-a incrédula, é verdade isso? repito e a Margarida encolhe os ombros, o que tens a fazer é arranjar um advogado que leia esses papéis e prepare um bom acordo. Vocês têm bens em comuns e tens direitos. Estás muito aju...
O Gonçalo está perdido, não sabe realmente o que pensar e resolve telefonar nessa noite à Camila. Ninguém atende, o Gonçalo convence-se de que ela não quer falar com ele e não pensa mais no assunto. Contudo, no fim de semana seguinte, o telemóvel toca a meio da manhã, ele está a preparar-se para ir a um brunch com uns amigos num hotel que abriu recentemente. Está feliz, está contente, a vida está a correr-lhe bem e a notícia que recebe abala-o profundamente. É a irmã da Camila que lhe diz secamente que a Camila está internada num hospital psiquiátrico, mas porquê? interrompe o Gonçalo. A Madalena suspira, ela tentou suicidar-se, sabíamos que ela está preocupada, não estava a ser chamada para entrevistas, aceitou alguns trabalhos temporários, mas a minha irmã é muito selectiva, encontrava sempre falhas, frisa. É a vez do Gonçalo suspirar, há alguma coisa que eu possa fazer? pergunta, não, obrigada, responde a Madalena, nem mesmo a família ela quer ver.... estamos num impasse e des...
Comentários
Um beijinho, Marta!
:)