O Gonçalo está perdido, não sabe realmente o que pensar e resolve telefonar nessa noite à Camila. Ninguém atende, o Gonçalo convence-se de que ela não quer falar com ele e não pensa mais no assunto. Contudo, no fim de semana seguinte, o telemóvel toca a meio da manhã, ele está a preparar-se para ir a um brunch com uns amigos num hotel que abriu recentemente. Está feliz, está contente, a vida está a correr-lhe bem e a notícia que recebe abala-o profundamente. É a irmã da Camila que lhe diz secamente que a Camila está internada num hospital psiquiátrico, mas porquê? interrompe o Gonçalo. A Madalena suspira, ela tentou suicidar-se, sabíamos que ela está preocupada, não estava a ser chamada para entrevistas, aceitou alguns trabalhos temporários, mas a minha irmã é muito selectiva, encontrava sempre falhas, frisa. É a vez do Gonçalo suspirar, há alguma coisa que eu possa fazer? pergunta, não, obrigada, responde a Madalena, nem mesmo a família ela quer ver.... estamos num impasse e des...
Gonçalo está aborrecido.... está cansado com as atitudes da Camila, se estão juntos, estão juntos, porque é que não podem assumir perante os outros? E a Camila está diferente desde que a transferiram para o outro departamento, está mais calma, mais calada e pouco ou nada revela sobre as novas funções. Mas está a afastar-se dele e o Gonçalo divaga sobre possíveis explicações, nenhum o satisfaz e por isso, quando o convocam para uma entrevista, não hesita e vai. O projecto é interessante, as condições óptimas, o Gonçalo fica interessado, espera ficar com o lugar, explica nessa noite ao jantar à Camila. Tens a certeza? pergunta esta, as coisas não estão a correr bem? e o Gonçalo suspira, a questão não é essa, é um projecto novo, vou participar activamente e estou verdadeiramente interessado, responde. Mas porquê? insiste a Camila, e se cometeres um erro? Cometi, assumo e volto ao princípio, diz o Gonçalo, é a altura certa para arriscar. Não concordo, repete a namorada, acho que é um...
Escrevo-te ... Porque me sinto só………. Tenho tempo para preencher …. Tal como a Mrs Dalloway, preciso de apagar o silêncio…. Afugentar medos e desanuviar hesitações…. Gritar bem alto …. Numa frustração que nem sempre consigo ultrapassar…. E que dói…. Escrevo-te ....Porque as palavras flúem…. Em mim… Nesse meu coração… Que se revolta contra o “luto”… Um “luto” imposto por uma paixão desperdiçada…. Escrevo-te .......Porque arranco agora esse véu negro…. Fecho a porta com estrondo…. O que fica espalhado pelo chão…. Fica espalhado pelo chão…. Porque hoje…. Eu só escrevo……. E escrevo sem “lutos” e sem silêncios………. E se repito as palavras…. É porque estas são sempre um recomeço…………. (Texto já colocado no blog, em 2006, mas reescrito e desenvolvido) O Desafio do mês é: Desenvolver um texto que pode ser uma carta ou não... O texto tem que começar obrigatoriamente por "Escrevo-te" e incluir a palavra "recomeço". Já sabem as regras: Podem escrever aqui ou no vosso blog..
Comentários
Vamos a isso :))
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Aos Bombeiros que fazem a diferença...
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Beijo e uma excelente semana.