CONFUSÃO - PARTE II


Avaliei a cena rapidamente e houve qualquer coisa que não estava bem.

Talvez tenham sido as risadas abafadas dos assistentes ou a expressão irônica da mulher em questão.

Como quem diz: " Oh, por favor, estamos no século passado? O homem está apenas bêbado."

Ajudei-o a levantar e ouvi o gerente dizer:

" Leva-o para o meu gabinete. " e abriu a porta de acesso à parte privada do bar.

" Não será melhor chamar o 112? Deve ter o nariz partido." sugeri, mas o gerente abanou a cabeça.

" Não te preocupes! Deita-o aí no sofá para acalmar um pouco e eu levo-o a casa. Volta para o teu posto!" ordenou.

No bar, já ninguém falava do incidente e o ambiente era festivo.

Voltei ao meu posto à porta, mas estava tudo sossegado.  

Na pausa, fui até à cozinha comer qualquer coisa e beber uma Coca Cola e perguntei se sabiam alguma coisa sobre o individuo e um dos barmen respondeu-me que já devia estar em casa, pois tinha visto o gerente sair com ele.

" E, como é que ele estava?" e o Leonardo deu uma risada: " Bêbado. O Paulo teve que o amparar até ao carro."

Encolhi os ombros e avisei o pessoal de que estava na hora de fechar.

O protesto foi geral, mas não vacilei.

CONTINUA


Comentários

Sofá Amarelo disse…
Diálogos tão reais e tão naturais que até parece que as risadas de uma das personagens chegou ao leitor... cada vez melhor a narrativa e os diálogos...

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