OS SOBRINHOS - PARTE VI


" Filipa, tens que me dizer o que aconteceu... O que aconteceu para teres estas nódoas negras? Quem te magoou? FILIPA, FALA COMIGO!" grito desesperada.

A Filipa olha-me receosa, tenta puxar a manga, mas eu impeço-a.

" Filipa, diz-me o que se passou. Tenho que saber; por favor, minha filha, fala comigo!" digo.

A muito custo, a Filipa conta que foi uma festa, onde?, com quem? interrogo, supostamente em casa de uns amigos do José, o meu namorado.

Abstenho-me de fazer perguntas, nunca ouvi falar deste José ou pelo menos, como " namorado" e a Filipa diz que, como a Rita, a maior amiga e o namorado iam, achou que não haveria problemas.

Mas houve? interrompo e a Filipa fica calada por uns segundos antes de continuar.

Na festa, alguns rapazes e raparigas, que ela não conhecia, admite, começaram a fazer sexo e o José achou que seria uma boa ideia.

Ela recusou, não se sentia confortável, é uma coisa nossa, intima (ela já teve sexo! penso), mas o José não compreendeu, chamou-lhe mimada, infantil e apertou-lhe o braço com tanta força que ela gritou.

A Rita e o namorado estavam perto, também eles se estavam a sentir confusos e acudiram de imediato.

O José insultou-os, afastou-se e os três resolveram vir-se embora.

Ela ficou em casa da Rita nessa noite, chorou toda a noite, mas o pior foi na escola, pois o José contou aos amigos dele o que se passou e as " bocas " foram muito inconvenientes.

Agora sou eu quem fica calada por uns minutos; tenho que ser muito diplomática, não a posso assustar.

" Filipa, primeiro que tudo, tenho que te fazer uma pergunta: já tiveste sexo com o José?" e vejo a minha filha a reter a respiração.

" Já!" confessa e eu só digo " Oh, Filipa!"


CONTINUA




Comentários

A juventude tem pressa. Também já passei por isso. Se calhar todos passámos. É mau é quando se tem sexo com a pessoa errada. E parece que o José foi a pessoa menos certa.

Um dia feliz
Cuide-se
Bolas, um episódio pesado e triste! ...
-
Uma estrada vazia, um silêncio no ar

Beijo e um excelente dia! :)
Elvira Carvalho disse…
Um episódio muito triste. Oxalá a Rita consiga vencer o trauma que deve ter sofrido, e que decerto é bem mais doloroso do que as marcas nos braços.
Abraço

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