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A mostrar mensagens de maio, 2019

A DECEPÇÃO - PARTE IV

A Fátima fica surpreendida com a visita do Telmo, mas conversam como bons amigos. Até ao momento em que o Telmo lhe faz a pergunta que ela tentava evitar. Porquê? O que é que aconteceu de tão errado entre eles para ela decidir partir sem qualquer aviso, sem qualquer explicação? A Fátima hesita um pouco, o Telmo não foi um mau marido, mas acaba por lhe contar a verdade. " Não sei... Ele fez-me sentir desejada, no topo do Mundo... Estavas a ter aqueles problemas na empresa, eu não estava satisfeita com o meu trabalho, estávamos distantes..." " Podias ter falado comigo..." recrimina o Telmo " Talvez pudéssemos mudar... mas nunca te queixaste... e eu estava muito abalado com a situação da empresa..." " Talvez, mas não o fiz. A culpa foi minha e lamento se te magoei..." diz a Fátima " E o Francisco... Ele parece que não quer falar comigo..." " Tens que lhe dar tempo. Ele ficou muito magoado; pensou que a culpa era d

A DECEPÇÃO - PARTE III

O Francisco telefona ao Pai nessa noite e conta o que se passou. " O quê??? A Fátima está em Portugal, a viver nas Caldas da Rainha? " repete Telmo incrédulo. " Pois está. Encontrei-a à saída de um Centro Comercial!" diz o filho. " Falaram? " e ouve-o atentamente. Não o pode criticar por ter aquela reacção, mas ele, Telmo até gostaria de se encontrar com a Fátima e ouvir o que ela tem para dizer. Nada o levou a pensar que a Fátima, uma mulher cheia de força e moralista, tomasse a decisão que tomou. Abandonar tudo por um homem que era, segundo os rumores, um grande vigarista. Quem era esse homem? O que a atraiu? O que esperava? Onde é que ele, Telmo, falhou? O que não viu? Sim gostava muito de a ouvir. Por isso, sem dizer ao Francisco, telefona à irmã de Fátima e pede-lhe o endereço. A Marina fica verdadeiramente surpreendida e comenta: " Tens a certeza de que queres fazer isso? Não foi nada fácil, Telmo. Pensei que

A DECEPÇÃO - PARTE II

" Minha nossa, é igual ao Pai! " pensa a Fátima. " A minha Mãe aqui? Mas não estava no Brasil?" o Francisco está confuso. Não a vê há mais de cinco anos, mas nunca esqueceu a cara dela.   Está mais velha, claro, veste-se de uma forma que ele considera exuberante, mas é ela. " Francisco? " pergunta a Fátima, hesitante " O que fazes aqui? Vives aqui? " " Não, estou só a passar o fim de semana." a resposta foi um pouco seca, mas Fátima não esperava outra coisa. " Podemos tomar um café e conversar um pouco?" diz a Fátima, mas Francisco abana a cabeça. " Não, obrigada. Estou com uns amigos e depois... " não sabe que palavras usar, sem a ofender " não tenho nada a dizer-lhe!" concluí e afasta-se. Fátima está abalada, ela que se acha uma mulher forte, que nada a derruba. Em casa, depois de arrumar as compras, senta-se e telefona à irmã. Quando lhe conta o que aconteceu, a Marina su

A DECEPÇÃO

Fátima acha que o Brasil já deu o que tinha a dar. Quer regressar a Portugal, mas decide ficar numa cidade mais pequena, no centro. Caldas da Rainha, Évora, Seixal... Não quer encontros confrangedores com a família e os amigos. Foi complicado... Deixou tudo para ir através de um idiota que só queria o dinheiro dela. O filho ignorou as cartas que lhe enviou e o marido pediu o divórcio. A família trata-a com uma certa frieza e a Fátima está muito cansada para se envolver em discussões sobre egoísmo, culpa e faltas de respeito. Por isso, Caldas da Rainha é um bom local para começar.  A cidade está a crescer, tem sorte logo no primeiro dia em que procura trabalho. A agência é pequena, mas tem muito movimento e a Fátima interessa-se, participa activamente nos eventos. Em breve, tem um pequeno circulo de amigos e a vida está a correr bem. Tem um apartamento em vista e tenciona fazer uma pequena viagem com os novos amigos até Santiago de Compostela no feriado de 5

O DIARIO DA CARMO - FIM

Maio, 10 O Amadeu parece que ganhou senso e concordou em encontrar-se comigo no gabinete do meu advogado. Quem parece é o advogado dele que apresenta a proposta do Amadeu.  Desisto da queixa contra ele e em troca, assina os papéis do divórcio.  O advogado entrega outra proposta para a divisão de bens. Quando este saí, o meu advogado aconselha-me a analisar bem as propostas,  a não me precipitar. A Eduarda também pensa o mesmo e o Miguel acha que ele está a armar uma cilada. Eu quero acabar com tudo o mais depressa possível e por isso, contra os conselhos de todos, desisto da queixa. Mas o Amadeu não assina os papéis e pede para se encontrar comigo. Maio, 15 A pressão é tanto que acabo por ceder e vamos jantar fora hoje. Ao nosso restaurante favorito, diz ele e a Eduarda tenta convencer-me a não ir. " Tenho um mau pressentimento!" mas eu não quero voltar atrás. O Afonso também me pede para não ir, não acredito que esse t

O DIÁRIO DA CARMO - PARTE V

Março, 30 Estou em casa da Eduarda. Acabei por lhe telefonar, ela e o Miguel levaram-me o hospital e insistiram que eu apresentasse queixa na Polícia. O Amadeu já telefonou, já apareceu aqui, exigindo falar comigo, mas o Miguel barrou-lhe a entrada. Ele foi-se embora, não sem fazer algumas ameaças que o Miguel desvalorizou. Mas sei que falaram com um advogado. O Afonso já me visitou, ficou horrorizado com a história e até se prontificou a ir comigo a um advogado de divórcio. Porque tu vais pedir o divórcio, é o que todos pensam, mas eu tenho medo de falar no assunto com o Amadeu. Isso resolve-se, não precisas de falar com ele, dizem, o advogado contacta-o. Mas eu estou hesitante. Abril, 15 Falo com o advogado, diz que será fácil até porque um relatório médico e uma queixa de violência doméstica na Polícia. Será como ele diz? Duvido... O Amadeu telefona-me e é a Eduarda quem atende. Recusa passar-me o telefone e o Amadeu ameaça-a.

O DIÁRIO DA CARMO - PARTE IV

Março, 3 Felizmente, está frio e posso vestir camisas de manga comprida. O Afonso está ocupado com uma crise na revista e pouco temos falado. Não sei como lhe explicaria as nódoas negras. Mas a Eduarda tem um sexto sentido e aparece de surpresa um dia ao fim da tarde, exigindo saber o que se passa. Conto-lhe por alto a cena, mas ela fica horrorizada e pede-me para apresentar queixa na Polícia. Não, não é preciso. Tenho a certeza de que isto não se vai repetir e a minha irmã suspira. Não te atrevas a contar aos Pais, peço e embora não concorde, a Eduarda promete. Quanto ao Amadeu, pouco fala comigo. Somos dois estranhos a partilhar uma casa. Março, 25 A reunião na revista termina tarde e recuso o convite do Afonso para uma última bebida. Estou cansada, quero tomar um duche, um jantar rápido e dormir. Infelizmente, o Amadeu está em casa e começa um interrogatório exaustivo. Já te disse que estava numa reunião na revista e o sorriso dele

O DIÁRIO DA CARMO - PARTE III

Fevereiro, 25 O Afonso gosta do texto sobre a viagem e até publica algumas das fotos que tirei. O Amadeu continua sisudo, pouco fala e é muito raro estar em casa. Reparto o tempo entre o Afonso e a família.  A Eduarda e o Miguel estão sempre a convidar-me para passar parte do fim de semana com eles e não falho o almoço de domingo em casa dos Pais. Se perguntam pelo Amadeu, dou sempre a desculpa de um turno duplo ou um trabalho urgente no laboratório. Não comentam; esforçam-se ainda mais para eu não estar tão sozinha e por vezes, isso aborrece-me. Até porque o Afonso está na lista rápida do telemóvel e pronto a ir ter comigo, seja num bar, num restaurante ou no motel. Por isso, hoje, após o almoço, desculpei-me com um texto urgente a entregar no dia seguinte e fui ter com o Afonso ao motel. Passamos uma tarde calma, divertida e dei por mim a compará-lo com o Amadeu. O Afonso sentiu que se passava qualquer coisa, quis saber o que foi, mas eu disf

O DIÁRIO DE CARMO - PARTE II

Janeiro, 31 Não sei o que aconteceu, mas eu e o Afonso acabamos por ir até ao motel. Necessitava de atenção e de afecto e foi exactamente isso o que o Afonso me deu. O Amadeu já não me toca há meses; continua distante e frio.   Sou apenas um "adereço" nas festas que me obriga a ir.  Detesto vestir-me formalmente e exibir todas aquelas jóias pesadas que o Amadeu insiste em me dar. " És a minha mulher! Actua como tal." explode um dia em que me queixo. Mas que tal tu actuares como meu marido? Mas nunca lhe faço a pergunta. Fevereiro, 10 O Amadeu exige que vá com ele a uma conferência no Brasil. " O que é que eu vou fazer lá?" pergunto e o Amadeu sorri friamente: " Vais à praia, convives com as outras mulheres, fazes uma reportagem sobre moda." O Afonso acha a ideia da reportagem interessante. " Claro que não quero que fales só sobre moda." explica a rir " Fala da cidade, da histó

O DIÁRIO DA CARMO

Janeiro, 03 O Amadeu é um egoísta! Tenho quase a certeza de que casou comigo para receber o generoso bónus dos Pais. O homem apaixonado e divertido com quem me casei tornou-se distante, controlador e às vezes, assusta-me com o tom frio com que me fala. Parece que me está a interrogar e eu sinto-me como uma criança culpada. Devo confessar de que não é agradável.  No início, desvalorizei, mas agora está a tornar-se um problema. As discussões são longas, tensas e fico esgotada. Como castigo, o Amadeu passa as noites no Hospital e eu procuro refúgio em casa da minha irmã. " É um absurdo!" diz a Eduarda e se bem que concorde com ela, não sei bem o que fazer. Até ter conhecido o Afonso naquela festa... Janeiro, 10 O Afonso convidou-me para tomar uma bebida ao fim da tarde. O Amadeu não está cá; está numa conferência na Polónia e não sei porquê, acho que está acompanhado pela Dra Sofia. A Eduarda pergunta-me se não terão um aff

NOVA DESAFIO AOS COMENTADORES

Agora que terminei uma nova história, aguardo sugestões para a próxima: Que acham de: O Sr Abílio presencia uma cena bizarra quando vai passear com o cão Encontram o diário da Carmo Luís O Dr Amadeu escreve uma carta aos Pais a explicar tudo A  D. Fátima  regressa do Brasil e não sabe o que fazer à vida Já sabem; só podem escolher uma. Até já

ZONA LESTE - FIM

O porteiro da Torre Nova onde o Dr Luis alugou um apartamento não sabe para onde ele foi. O Dr Luís pediu apenas que qualquer correspondência que chegasse fosse enviada para um escritório de advogados. Sim, tem o cartão deles e o Brites tira uma foto com o telemóvel. E o apartamento?    Também não sabe de nada; não, ainda não foi alugado. Porquê?  A Administração do Condomínio deve saber e sim, também pode dar o contacto. Verem o apartamento? Não deve haver problemas e sobe com eles. O apartamento está ainda mobilado e parece estar impecavelmente limpo. Pode haver qualquer coisa, um cabelo, um salpico de sangue e verificam todas as divisões. Nada e Brites encontra uma embalagem de detergente na cozinha igual à que é utilizada nos hospitais. " Se é que a matou aqui..." reflecte Bernardes. " Limpou tudo muito bem... " termina Brites " Posso mandar vir a equipa forense, mas não tenho muitas esperanças." Bernardes

ZONA LESTE - PARTE VI

" Sabe onde foram jantar? Como estava a disposição da sua irmã? O que esperava do encontro? " e Eduarda faculta-lhe todos os detalhes que ele precisa. Quando diz que o ex-cunhado é um cirurgião, Brites e Bernardes chegam à mesma conclusão. Pode ter sido ele. O médico legista diz que o corte foi preciso, limpo.   É uma linha de investigação a seguir. O primeiro local a visitar é o Hospital, onde o Director de Serviço diz que o Dr Amadeu Luís demitiu-se há cerca de um mês. Recebeu uma proposta irrecusável de um Centro de Investigação no estrangeiro, o Dr Castro não tem a certeza, mas acha que foi da Polónia. Interrogaram alguns colegas, mas estes nada sabem. O Dr Amadeu foi muito misterioso relativamente à proposta. " Bem..." diz o Brites " Vamos interrogar a família? Talvez seja uma boa ideia ver a casa onde ele ficou quando se separou." Mas a família conta a mesma história e fica muito surpreendida quando lhe dizem que tinha c

ZONA LESTE - PARTE V

Mas dizem-lhe na sede que aquele armazém está já sob vigilância.  Uma grande operação para desmantelar uma operação de droga e sabem que é ali que descarregam. Talvez sejam "correios", sugere o Brites, mas o colega diz que não tem conhecimento que a rede trabalhe dessa maneira. Um gangue rival? Ou um simples crime passional? Bernardes recebe um telefonema do médico legista.   Apareceu alguém com uma fotografia de uma mulher com uma  estrutura óssea muito semelhante à da cabeça encontrada. Bernardes e Brites precipitam-se para a morgue; querem conversar com essa pessoa. É uma senhora, não terá mais de trinta, trinta e cinco anos e Brites tem quase a certeza de que é irmã da desconhecida. " Boa Tarde, chamo-me Bernardes, Inspector Bernardes e gostava muito de falar com a Senhora." apresenta-se. A senhora aperta-lhe a mão e pergunta ansiosa: " Sabe alguma coisa da minha irmã? É verdade o que dizem as notícias que apareceu uma

ZONA LESTE - PARTE IV

" Isso ajuda-nos a estabelecer a cronologia..." afirma o Bernardes quando o Brites lhe conta a história. " Pode ter sido num local aqui perto..." acrescentou o Brites " É uma hipótese, mas esta é uma zona um pouco isolada e pode haver algum armazém abandonado..." " Vamos falar com alguém que conheça a zona..." decide o Bernardes. O Brites resolve falar com alguns dos polícias que responderam à chamada e estes confirmam que efectivamente há uma série de armazéns abandonados a cerca de 2 km dali. " Chamam-lhe a "Conserva"... Funcionou ali uma pequena empresa de conservas que faliu..." esclarece um dos polícias " Não vamos lá muito... não temos conhecimento de qualquer distúrbio." O Inspector e o Sargento resolvem ir até lá.  Seguem as instruções e em breve, avistam um parque com dois armazéns que parecem estar em muito mau estado. A estrada está cheia de buracos, mas o Brites conduz com cuidado

ZONA LESTE - PARTE III

Não, não viram nada.  Nem ouviram nada de anormal.  Apenas alguns jovens desocupados que se divertiram a derrubar os contentores. Na praia? Apenas o Sr Abílio, mas esse é figura habitual. Levanta-se cedo, vai passear com o cão e às vezes, fica a conversar com eles. Acham que poderá ter visto alguma coisa? Encolhem os ombros, porque é que não falam com ele? Ele mora ali perto e gosta de conversar. Por isso, Brites bate à porta pintada de azul. O jardim está bem cuidado e ouve o cão a ladrar. " Calma, Xico." pede uma voz de mulher e a porta é aberta por uma senhora de cabelo branco e um avental imaculado. " Ora, bom dia, o que o trás até cá? " e sorri. O Brites sente-se conquistada pela simpatia e a simplicidade da senhora que depreende ser a mulher do Sr Abílio. " Sou da Polícia e estamos a investigar um caso...Disseram-me que o Sr Abílio passeia pela praia e talvez tenha visto alguma coisa que nos possa ajudar." explica o Brites

ZONA LESTE - II

O Inspector tem razão: o trânsito na estrada interior é mais fluído e chegam ao mesmo tempo que a equipa forense. Há já uma fita a limitar o perímetro e o Inspector vê um contentor caído e ao lado uma perna humana. " Foram uns miúdos que derrubaram o contentor e a perna caiu." explica o agente. O Bernardes não responde e aproxima-se do contentor.  O Brites faz sinal a um membro da equipa forense e desce até à praia. Não há dúvidas de que é uma perna humana, mas é de um homem.  Bernardes repara que os cortes são cirúrgicos e concluí que está perante um segundo crime cometido pela mesma pessoa. Há um grito vindo da praia. Brites e o Técnico encontraram uma mão. O Inspector pede fotografias de todos os ângulos possíveis e quer que levem também o contentor para o laboratório. Desce, então para a praia onde um outro Técnico está já a fotografar a mão. " Acho que é dela." observa o Sargento " Terão sido os dois mortos aqui? E

ZONA LESTE

O Inspector Bernardes está frustrado. Estabeleceram um perímetro na praia à procura de outros restos mortais, mas ele tem quase a certeza de que foi morta e lançada ao mar noutro local. Veio dar àquela zona por causa da tempestade. Essa é também a opinião do Brites, recentemente promovido a Sargento.  Quem a cortou tem conhecimentos de anatomia, pois o médico legista diz que é um corte limpo, feito sem hesitações. Os jornais não falam de outra coisa e talvez alguém a possa identificar. O telefone toca e o Brites atende de imediato. O Bernardes vê a expressão do Sargento mudar e pergunta baixinho: " O que foi? " mas o Brites faz-lhe sinal para estar calado. Quando finalmente desliga, o Inspector insiste: " O que aconteceu? Identificaram-na? Encontraram mais alguma coisa?" " Não, ninguém a identificou, mas talvez tenham encontrado o local onde foi morta." explica o Brites " Pronto para ir até à Zona Leste?&q