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A mostrar mensagens de outubro, 2022

O FIM DE SEMANA PARTE III

  Sorrio-lhe, mas não agora, respondo, vamos aproveitar o spa do Hotel, marquei uma massagem, vamos gozar o momento. A Matilde concorda e passamos o resto da tarde no spa, a noite termina com um jantar romântico no quarto. Adiámos a partida, mas temos que nos render â evidência, comenta a Matilde, temos que regressar e arrumamos as malas. Chegamos à hora do lanche a casa dos Pais da Matilde, o Júnior e a Margarida estão excitadíssimos, têm imensas coisas a contar, explicam e quando subimos para ir buscar os gémeos, já estou com uma dor de cabeça, murmuro e a Matilde aperta-me a mão. Os gémeos adormeceram há uns minutos, diz a minha Mãe, é melhor não os acordar, já tomaram banho, é só dar-lhe o jantar. Ouço a Matilde respirar de alívio enquanto pega num dos miúdos, o Júnior oferece-se para levar o outro, mas eu não concordo. No entanto, deixo-o levar os sacos de viagem até ao elevador, não leves tudo de uma vez, aconselho, e a Margarida que te ajude! A minha filha não gosta muito de ide

O FIM DE SEMANA PARTE II

  O Júnior protesta, acha que deve ir connosco, ficar em casa dos Avós quatro dias? mas o Inspector fala-lhe do caso complicado que têm que deslindar. Até temos que ir ao parque e reconstruir os passos da vítima, diz, ela estava a dar um passeio de bicicleta, temos que descobrir porque é que a bicicleta apareceu perto dos contentores do lixo e a vítima do outro lado do parque no lago? Os olhos do meu filho brilham, a Margarida ri-se e nós voltamos para o carro, aliviados. Não revelo o destino, não vamos passar estes dias naquela vida onde a família tem casas, pede a Matilde, gosto de lá ir para almoços, festas de família, mas agora quero um sítio diferente, quero namorar, fazer caminhadas, comer bem. Marquei hotel numa Pousada perto de uma praia, podemos tomar o pequeno almoço a olhar o mar, explicar, fazer caminhadas e explorar a vila que dizem ser muito pitoresca. A Matilde respira fundo, que bom é estar sem ter que me preocupar com banhos. jantares, etc, confessa, vamos falar de nós

O FIM DE SEMANA

  Desisto... Nem mais uma fralda, um biberão, um patinho de borracha esquecido no canto da sala... ESTOU FARTO! grito para a noite, sei que é só da boca para fora, os meus filhos são a minha perdição, confesso à minha Mãe que se ri. Lidar com o Júnior e com a Margarida não é complicado, continuo, apelo ao bom senso, faço perguntas " mas vocês acham que isso é razoável a esta hora da noite?" e eles calam-se. Mas os gémeos, ai, com os gémeos, e suspiro profundamente, se um chora, acorda o outro e dois minutos depois, o irmão está a berrar também. Nunca estamos sossegados ou sozinhos para conversarmos, namorarmos...desabafo. Ninguém te mandou ter quatro filhos e tão seguidos, censura a Mãe, não pensamos que íamos ter gémeos, respondo, ficamos verdadeiramente assustados quando vimos a ecografia. Pois, a Mãe como sempre é prática, porque é que não vais passar uns dias fora? Eu posso ficar com os gémeos, a tua irmã vai adorar fazer de baby sitter e talvez a Madalena possa ficar com

GUSTAVO & Cª FIM

  Medo? repito, não é medo; estou apreensivo. Tenho que alterar muitas coisas na minha vida, não sei se vou conseguir. Todos os Pais fazem erros, diz a Lena, sei do que estou a falar, porque fui criada por um Pai solteiro. Não foi perfeito, mas tive uma infância e adolescência felizes. Se o meu Pai conseguiu, tu também! Não sabia disso, interrompe o Miguel, pensei que os teus Pais estavam divorciados e não tinhas muito contacto com  a tua Mãe. Não gosto muito de falar sobre isso, continua a Lena, um dia, ia-te contar, mas havia outras questões a resolver. Que outras questões? pergunta o Miguel desconfiado, mas a Lena desvia a conversa, sugere a ida a um bar para terminar a noite. Quando voltamos, percebo que o ambiente entre eles está tenso, ouço-os discutir no quarto, tento adormecer. Durmo mal, estou preocupado com os meus amigos, mas não posso fazer nada, eles têm que resolver o problema, se é que há um problema. Se bem que a Lena tivesse razão numa ponto, eu estava com medo em fica

GUSTAVO & CªA PARTE IV

  Antes de ir para o quarto, resolvo passar pela loja, a Lena tem razão, a iluminação precisa de ser revista, podemos melhorar a área de exposição dos produtos. Fico o resto da tarde no quarto, faço vários esboços tanto para os alojamentos como para a loja, preparo igualmente uma lista de empresas com quem trabalho e que podem apresentar orçamentos razoáveis. Por volta das seis, o Miguel bate-me à porta, oh, pá, vamos jantar à cidade? diz, a Avó vai jantar no quarto e quando a Mãe está de mau humor, é melhor estar longe dela! Ok, concordo, vou só tomar um duche e mudar de roupa, ok, dentro de meia hora no pátio? pergunta o Miguel e desaparece. Suspiro aliviado, apresso-me a tomar o duche, quando chego ao pátio, o Miguel e a Lena já lá estão, a Lena com um vestido curto que mostra as pernas elegantes. Sinto-me corar perante o olhar trocista dela, o Miguel fala incessantemente, não presto muita atenção, estou a apreciar a paisagem. O Miguel escolheu um restaurante à beira rio, a especial

GUSTAVO & Cª LDA PARTE III

  Passo a manhã a fazer um primeiro esboço que mostro ao Miguel e à Lena à hora de almoço. A Laura e a Avó também estão presentes, mas apenas a velha senhora se mostra interessada, no meu tempo, era tudo feito à mão! Agora, basta tocar numa tecla e parece tudo feito! Que curioso! diz. O Miguel fica entusiasmado, a Lena sugere umas alterações, apresso-me a modificar e os dois aplaudem. Envia para os tios, exclama o Miguel, espera aí, deixa-me explorar outra ideia, interrompo, gosto sempre de ter duas opções, o cliente escolhe a melhor, com que se identifica. Uma excelente ideia, intervém a Avó, temos que encontrar o equilíbrio em tudo! e sorri-me. Retribuo o sorriso, faço " save" e fecho o computador, é então que a Lena tem uma ideia. E se renovasses também a loja? Dar-lhe um ar mais fresco, mais moderno? observa, vejo pela expressão do Miguel que ele concorda e volto a sentar-me. Nem pensar! grita uma voz furiosa, a loja é minha, eu é que decido o que é ou não feito! e a Laur

GUSTAVO & Cª. PARTE II

  A Lena é uma rapariga muito simpática, a Avó, tal como o Miguel disse, é um doce. A única pessoa que me faz sentir desconfortável é a Laura, uma pessoa tão distante, tão fria, desabafo quando telefono nessa noite à Mãe, não disse uma única palavra durante o jantar! Eu sei que ela andou fora e dentro de clínicas psiquiátricas, explica a Mãe, mas para ser franca, não entendi muito bem o que tem verdadeiramente. Espero não ter muito contacto com ela, digo, há uma certa hostilidade no olhar, sinceramente, não gostei. Não penses nisso, tens um projecto a desenvolver, aconselha a Mãe, diverte-te também. Trocamos mais umas banalidades, desligo, prepara-me para dormir. Já tenho algumas ideias, tenho que estudar bem o local. Passo parte da manhã a desenhar o espaço, a estudar o solo e à hora de almoço, já tenho um plano. Ainda tenho que confirmar certos detalhes, conto à mesa, estamos a almoçar os três na cozinha, a Avó ficou no quarto e a Laura está na loja, almoça mais tarde, mas ainda hoje

GUSTAVO & Cª.

  Aqui vou eu na estrada... o projecto, tal como me explicou o Gonçalo, é aliciante e eu preciso de coisas que me estimulem. O divórcio foi complicado, a Luísa vai voltar a casar e quer a custódia total dos miúdos... isso não vou permitir e as discussões têm sido brutais. Estou nervoso, sou malcriado e agressivo para com os colaboradores e o Bernardo aconselha-me uma mudança. O projecto da quinta vem mesmo a calhar, optei por ir sozinho, se for necessário, telefono para o escritório e mandam alguém. Acho que já estive na quinta, não sei há quantos anos, mas adoro a paisagem, os portões de ferro, mantiveram as fachadas no que recuperaram. O Miguel mostra-me as arrecadações que querem renovar, fazer qualquer coisa parecida com a arrecadações que transformou num apartamento. Os meus tios não querem alterar nada na casa principal, explica, não enquanto a Avó estiver viva e eu compreendo o ponto de vista deles. Isto é magnifico, interrompo, tenho que explorar o resto da quinta, estudar o en

A FUGA FIM

  O Miguel está diferente, mais expansivo, mais divertido, a Lena é engenheira agrónoma, está a fazer um doutoramento sobre qualquer coisa que não entendo. O jantar é divertido, mas estou cansada, peço desculpa, mas tenho que me ir deitar e os dois acompanham-me até ao quarto. Não sei onde está a Laura, presumo que esteja no quarto, ouço música vinda daí, mas não quero voltar a falar com ela. Não para já, nos dias seguintes, o Miguel explica-me detalhadamente os novos projectos para a casa e para a quinta, mas os tios vetam a ideia. Não, Miguel, a ideia até pode ser boa, dizem, mas enquanto a Avó for viva, não vamos adaptar a casa. Não estou a dizer isso, protesta o Miguel, faziam-se as obras necessárias, a Avó ficava no cantinho dela e no resto, ficavam o escritório, a recepção, a sala de estar e jantar. Nenhum dos hóspedes se cruzava com a Avó! Não, e o Gonçalo abana a cabeça, pensa noutra coisa! Tens boas ideias, Miguel, vê onde as podes aplicar sem perturbar o ambiente da tua Avó!

A FUGA PARTE IV

  Nos dias seguintes. noto uma certa hostilidade entre a Laura e o filho, comportam-se como dois estranhos, são educados, mas distantes. Confesso que não me agrada, mas não vou dizer nada, têm idade suficiente para resolverem o assunto sozinhos. O tal enólogo despede-se, o Miguel confere cuidadosamente todas as despesas e novos projectos, a Laura protesta veementemente, mas o filho ignora-a. Gostava que o Miguel casasses e depressa, confessa-me uma noite ao jantar, quer saber tudo, às vezes, até anula as minhas instruções! Não sei bem o que esperavas, respondo, não podemos confiar em ti e o teu filho é uma pessoa responsável, que quer preservar a herança do avô. Ora, diz a Laura, ele sabe lá o que quer! Devia andar por aí, a divertir-se com carros, mulheres, viagens! Ainda bem que há alguém responsável como o teu filho, repito, devias estar orgulhosa, o Pedro educou-o muito bem e não deve ter sido nada fácil! Ok, já sei que fui uma péssima Mãe, grita a Laura, escusa de pôr mais sal na

A FUGA PARTE III

  Para ser franco, começa o Miguel, não entendi nada do que a Mãe disse. Tinha que se encontrar, que era a altura ideal para o fazer... Idiotices, interrompo, a Laura passa a vida a " encontrar-se" e depois fica parada no tempo com a desilusão. Passa uma temporada na clínica e volta ao normal. O Miguel suspira, achas que essa interpretação é a correcta? pergunta e eu sorrio, é a única que parece ser aceitável... A Laura é uma insatisfeita, confidencio, e quando o Mundo não corresponde ao que ela idealiza, foge... O Miguel não diz mais nada, tomamos o chá em silêncio, gozamos a presença um do outro. Talvez seja melhor telefonares aos teus Tios, aconselho, eles podem querer estar cá quando a tua Mãe regressar. E ela vai regressar? duvida o filho, eu sorrio-lhe, dou-lhe uma palmada amigável na mão, é minha filha, conheço-a razoavelmente bem. O António deve ter ficado lívido, o Gonçalo furioso e ambos prometem estar na quinta no sábado, querem ter uma conversa séria com a irmã, e

A FUGA PARTE II

  Os dias passam, não há notícias da Laura e os meus filhos têm que regressar à cidade. Já participamos à Polícia, avisam, contra a vontade do médico, acrescenta o Gonçalo, como ele diz, a Laura está a gozar umas férias! Sem dizer nada a ninguém? interrompe o António, desculpa, mas não posso aceitar! Está a ser extremamente egoísta! Basta! intervenho, a atitude da Laura é deplorável, esperamos que seja, como diz o Gonçalo, apenas umas boas férias! Mas mesmo em férias, as pessoas dão notícias! Os meus filhos despedem-se, o Miguel deixa-me sozinha na sala, há assuntos a tratar, tem que ajudar o gerente, explica, estou mais ou menos a par de tudo, mas não tenho as respostas todas. O telefone toca, acordo sobressaltada, dormitei e estou um pouco dorida, mas estendo a mão e levanto o auscultador. Quem fala? pergunta a Laura, Miguel? não, não é o Miguel, sou eu, respondo, onde é que tu estás, Laura? O que é que andas a fazer? Nada demais, a voz da minha filha não esconde a surpresa, não espe

A FUGA

  Sei que estou frágil, cansada, o neto Miguel está com medo, leio-o nos olhos e rodeia-me de todo o carinho. A Laura continua distante e não sei em que falhei, o que causou todos os problemas que a fizeram passar largas temporadas naquela clínica. Mas o António e o Gonçalo são homens interessantes e parecem ser equilibrados, responsáveis. Onde é que eu falhei com Laura? perguntei muitas vezes ao meu marido, mas tal como eu, ele sentia-se impotente e fazíamos o possível e o impossível para ela se sentir acarinhada em casa sempre que passava uma temporada fora da clínica. Ouvi umas conversas, ela saiu com o tal enólogo e ainda não voltou. Estão com medo que tenha fugido outra vez, que a encontrem algures numa pensão de mau nome. O Miguel engole em seco quando se senta para tomar chá comigo, sentaram-se perto da lareira, tenho uma manta nos joelhos e sinto-me confortável. A irmã do Miguel, a Maria Rosa prontificou-se a ler-me o jornal, o irmão avisou-a para ter cuidado com as notícias, m

O CONSELHO DE FAMÍLIA FIM

  A quinta está a ter sucesso, o Miguel negoceia bons contratos, têm que contratar mais pessoal, entre eles, um enólogo. Não deve ter mais de quarenta anos, têm boas referências, a Laura e ele passam muito tempo juntos. Espero que não nasça ali um romance, e o António abana a cabeça, a Laura passou o fim de semana a fazer-lhe elogios, explica-lhe detalhadamente os planos para a nova casta. A tua irmã já não é uma criança, diz a Teresa, não está com ninguém há anos.... É disso que tenho medo, interrompe o António, esteve afastada do Mundo há anos e lembra-te que, num momento de delírio, fugiu com alguém que a roubou e deixou-a num estado deplorável numa pensão qualquer. A Teresa não diz mais nada, mas na verdade, a Laura parecia mais jovem, mais descontraída. O Miguel está na quinta, deve estar atento a qualquer sinal anormal. Não pensa mais no assunto, ela e a Madalena foram contratadas para tratar do catering de um evento naquele fim de semana, há muita coisa a decidir, a tratar. Cheg

O CONSELHO DE FAMÍLIA PARTE V

  O Miguel muda-se de armas e bagagens para a quinta, o Pedro está apreensivo, será que vai resultar? pergunta à Teresa, é uma mudança tão radical! Talvez seja a solução para as dúvidas dele, responde a irmã, mas que dúvidas? Não me disse nada, o meu filho é tão fechado...às vezes, fala com a Maria Rosa, mas creio que não lhe diz tudo! Será que errei? questiona o Pedro. És um Pai extraordinário, repete a Teresa, deixa-o viver! e o Pedro vai até à quinta naquele fim de semana. A sogra está muito frágil, mas ainda lúcida e obriga-o a contar-lhe tudo o que se passa com ele, a Laura confessa-lhe mais tarde que não via a Mãe assim tão animada há algum tempo. Ainda pergunta pelo Pai, mas acho que não liga ao facto, concluí, e tu, estás bem? Gostas do novo emprego? Sim, sim, está a ser muito interessante, responde o Pedro, e os teus planos? A Teresa falou por alto do que planeias fazer por aqui. A Laura explica-lhe tudo, o Miguel mostra-lhe as obras na arrecadação que está a transformar num a

O CONSELHO DE FAMÍLIA PARTE IV

  O Gonçalo está um pouco renitente, mas o António acha que deve dar uma oportunidade à irmã gémea e o irmão acaba por concordar. Tens um ano para que as coisas resultam, avisa, voltamos a falar daqui a um ano. Ah, vou querer um relatório de vendas de três em três meses, acrescenta. E eu falo com o contabilista, digo-lhe o que quer que me envie na mesma altura, explica o António, e, tu, Miguel, qual é a tua opinião? Eu estou a pensar em ficar cá, responde o Miguel, a Mãe vai precisar de ajuda com a parte legal do negócio e sempre me interessei por isso. Mas a tua carreira? interrompe a Mãe, não disseste que ias ser promovido? mas o filho abana a cabeça, estou um pouco cansado de estar na cidade, tenho experiência suficiente para voar sozinho. Posso transformar uma das arrecadações num apartamento e provisoriamente, posso trabalhar no escritório da loja. É isso mesmo que queres fazer? repete o António e o sobrinho suspira, acho que era isso que o Avô queria que eu fizesse! E o teu Pai,

O CONSELHO DE FAMÍLIA PARTE III

  A Laura está calma, escuta atentamente as explicações do médico, ajuda o irmão a preencher os papéis, até quer conhecer a equipa que assistiu o Pai. O Gonçalo manda um SMS, já tratou de tudo com a funerária, têm uma reunião com eles às três da tarde na quinta. Vamos beber qualquer coisa antes de regressarmos? sugere o António e a Laura sorri-lhe, uma conversa entre irmãos? Sim, gostaria muito disso, não temos feito isso há algum tempo, faz-me falta. Também sinto falta disso, sorri o António, dos disparates que tu e o Gonçalo faziam e depois, achavam que eu tinha que vos ajudar a resolver as coisas. Sempre foste o mais ajuizado, o mais responsável, concorda a Laura, era a nossa bússola, a nossa voz da razão. Tenho saudades tuas! confessa. Eu também, admite o irmão, como te sentes? O que vai acontecer agora? Gostava de continuar a trabalhar na quinta, o Dr Figueira diz que estou estável, explica a irmã, não quero sair daqui, sinto-me confortável. Posso dar assistência à Mãe, ela está m

O CONSELHO DE FAMÍLIA PARTE II

  Ah, Laura, está tudo bem na loja? a Rita é a primeira a reagir, senta-te, toma um chá connosco. Conta-nos tudo. A Laura sorri, é um sorriso frio, trocista, a Teresa sente-se pouco à vontade, não, obrigada, responde a cunhada, aceito o chá, mas levo-o para o meu quarto, estou muito cansada. O António, quando chegar que me bata à porta, pede e sobe as escadas. Que frieza! comenta a Teresa, às vezes, surpreendo o Miguel a sorrir assim... e sinto-me desconfortável, sabes? O António é um pouco frio, principalmente quando não conhece as pessoas...mas, depois torna-se acessível, agradável. O Gonçalo também, responde a Rita, mas é por isso que é um bom homem de negócios. Eu também sou boa a negociar, mas exalto-me um pouco, e ri-se. A Teresa sorri, serve-lhe mais chá, os homens chegam entretanto. Conseguiram ver o Pai e falar com o médico, temos que nos preparar para o pior, afirma o Gonçalo, pode não passar desta noite, acrescenta o António, o que será da Mãe? Agora não vamos pensar nisso,