A REUNIÃO


A Catarina não quer acreditar no que o sogro lhe está a contar sobre o Frederico.

É domingo, veio almoçar com o Tomás que está a dormir agora a sesta com a tia (uma catraia que nem dois anos tem e já é a tia, ri-se) e os três adultos estão sentados à mesa da cozinha a beber café.

Tive sempre que controlar os gastos, por vontade do Frederico, gastava-se tudo, diz, mas nunca pensei que chegasse a esse ponto.

Eu ainda acho que é por causa daquela Dalila, interrompe a Glória, segundo sei, raramente estavam em casa e claro que nós também gostamos de passar um fim de semana fora, jantar com uns amigos e organizar uma festa aqui em casa, mas não é todas as semanas!

O Frederico vive muito em função do que as pessoas pensam, isso raramente dá bons resultados, admite a Catarina, era um dos temas em que não concordávamos e...

Uma das razões porque acabaste por pedir o divórcio, concluí o Major e a Catarina abana a cabeça.

Não era bom para o Tomás ter os Pais sempre a discutir e eu também me sentia insegura, admite a ex-nora, gosto de pagar tudo na data ou até antes, e estar a protelar... é muito confuso para mim!

O Major suspira, também não percebe, a Ana fazia uma boa gestão do orçamento familiar, porque é que não ensinou isso aos filhos?

Nunca saberemos, observa a Glória, houve várias falhas na educação que deu aos rapazes e não, desculpa, Amadeu, mas o facto de não estares em casa, não é desculpa para se comportarem assim!

Conheço pessoas que cresceram sem um dos Pais presente e são organizadas, confiáveis, corrobora a Catarina, não me interprete mal! Sei que o Frederico é um excelente profissional, competitivo, criativo, mas, às vezes, se as coisas não lhe corriam bem, parecia um catraio amuado!

Umas vezes falhamos, outras vencemos e o talento está no que aprendemos entre os dois extremos, concorda o Major.

Vamos continuar a falar do Frederico? comenta a Glória, quero saber tudo sobre o teu novo emprego, Catarina, estás satisfeita?

A Catarina sorri, foi promovida a chefe de equipa, o horário é livre, pode organizá-lo em função das necessidades do Tomás.

O problema maior será quando tiver que ir a uma Feira ou a um congresso, explica, mas pode ficar com a minha Mãe, com o Frederico...

Ou connosco, apressa-se a convidar o Major.

CONTINUA



Comentários

Elvira Carvalho disse…
E lá vamos nós de novo para uma série de capítulos emocionantes.
O que gosto nestas histórias é que elas não são cheias de romance e magia. Elas são cheias de vida. Parabéns Marta.
Abraço e saúde.
Muito bem. O Major certamente que ficará com o Tomás! :)
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Abro a janela e deixo a brisa entrar
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Beijo e um excelente dia :)

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