A IRMÃ DO MEIO - PARTE VI
O Gustavo não me atende, talvez porque entretanto, o Pai chega ao Astúrias, encontra o Gustavo a preparar-se para a noitada e obriga-o a voltar para casa.
O Gustavo protesta, já tenho dezoito anos, não sou um garoto irresponsável, mas o Pai responde que, uma vez que se está a comportar como tal, é exactamente assim que o vai tratar.
" Por causa do que aconteceu com a Clarinha?" repete o Gustavo e o Pai suspira, aconselha-o a pensar em tudo o que tem feito ultimamente, se não encontrar a resposta, não está preparado.
" Para quê?" questiona o meu irmão, mas encontra apenas o silêncio.
Os Pais pedem-nos para voltarmos para os nossos quartos, estão muito desapontados connosco, o que acho injusto, porque não fiz nada.
" Estás a ver? Tu é que fazes a asneira e eu é que pago!" digo e dou-lhe um safanão.
" Está calada, miúda!" o Gustavo está aborrecido, os colegas devem estar a fazer troça dele por o Pai ter aparecido no bar " Como é que o Pai soube que eu estava no Astúrias? "
" Não sei, não me interessa, não quero saber! Sou só a miúda!" e fecho a porta do quarto com estrondo.
Os dias seguintes são um pouco complicados, o Gustavo não fala com ninguém, vinga-se do facto de não poder sair sem autorização prévia.
" Creio que ele não compreendeu o que o Pai lhe disse!" ouço a Mãe comentar ao telefone, deve ser com a Rita " O Gustavo está a ficar muito arrogante e só queremos que ele compreenda que essa não é a atitude correcta."
O Gustavo continua a ouvir música alta, fica irritado quando me vê entrar no quarto.
" Oh, miúda, não sabes bater à porta? Isto é a minha caverna!" grita.
" Só quando pedires desculpa aos Pais! O ambiente aqui está insuportável!" declaro.
CONTINUA
Comentários
Abraço, saúde e bom fim de semana