A LOJA


" Um crime na época vitoriana? Foi o tema escolhido pelo Clube de Leitura? " e há uma ligeira troça na  voz da Teresa.

O António ri-se e explica:

" É interessante ver como a dita " upper class" vive de aparências e a polícia ocupa um lugar dúbio... Quem não gostou muito foi o Bernardo, mas o Major lá o convenceu."

" Nunca pensei que se tornassem tão amigos..." comenta a Teresa " O Major é tão formal e o Bernardo tem os deslizes próprios da idade."

A Sofia ficou com a Filipa, pelo menos, uma vez por mês, fazem um programa a sós ou com amigos.

O António volta a rir-se, está mais relaxado, feliz.

" Também eu! A primeira vez que apareceu lá, o Bernardo tinha um ar tão aborrecido... e agora é o membro mais activo."

A Teresa sorri também. A vida está a correr bem, a única sombra é o problema com a Laura, mas esta parece ter encontrado um rumo.

" A Rita pensou que eu ia desistir com o nascimento da Sofia... eu respondi-lhe que é tudo uma questão de organização..." continua o António " Somos os dois organizados, a nossa filha tem que ser uma pessoa organizada."

" Tem as suas birras, mas nada como o Miguel. " concorda a Teresa " O Pedro ficava desesperado, mas a Carolina diz que quando está lá em casa, é um amor."

" Com tanta gente para brincar com ele... Falando doutra coisa, sempre vão ampliar a loja? " pergunta o António.

" Para já, não. Queremos continuar a ser uma loja familiar, a dar toda a atenção aos clientes..." responde a Teresa " Estamos a pensar em limpar parte do armazém e deixar que o Bernardo, o marido da Margarida, instale lá uma oficina de restauro de móveis."

O António não tem a certeza de que será uma boa ideia.


CONTINUA




Comentários

Este conto parece-me que promete! :)

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Esperei em segredo na fantasia do amor ...

Beijo, e uma excelente semana. :)

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