O DIVÓRCO PARTE III


O Gonçalo parte para a Bélgica, ficará lá entre 6 meses a um ano o que contraria bastante a filha, tanto tempo? Porquê? mas o Pai é lacónico na resposta.

A Rita pouco diz sobre a partida do ex-companheiro, está ocupada a reorganizar a empresa, tenta que a filha se interesse, mas a Francisca está preocupada com o Pai, com o curso, o que a Mãe decidir, está bem, diz.

Não me ajuda em nada, desabafa a Rita com a Teresa, é natural que esteja um pouco perdida! opina a amiga, não deve ser fácil ver os Pais separarem-se, o Gonçalo partir e tu também não estás bem. Ela está preocupada contigo!

Que disparate! responde a Rita apressadamente, mas a vivacidade que a caracterizava desapareceu, está sombria, envelhecida, concluí a Aída, não é a mesma Rita que conheci no Clube de Leitura!

Faz-lhe falta a irmã, explica a Teresa, bem tento conversar com ela, mas a Rita afasta-me, somos amigas, sim, mas há coisas que ela nunca conversará comigo!

É uma pena, ela precisa de conversar e muito, concorda a Aída e desvia a conversa para os netos.

Em casa, a Rita fecha-se no escritório, a Francisca tenta que ela jante com ela, mas a Mãe nem lhe responde.

Não sei o que fazer, diz a Francisca nessa noite ao Pai, é a forma da tua Mãe lidar com as complicações da vida, desvaloriza o Gonçalo, dá-lhe espaço, ela vai encontrar a melhor solução.

A filha não está convencida, a Mãe pouco come, os funcionários contam-lhe que está um pouco agressiva, ela sempre foi uma pessoa tão humana, tão ponderada, comentam.

Não sei o que fazer, repete a Francisca ao tio António que suspira e resolve falar ao amigo Bernardes.

Foste casado com a irmã dela, expõe o António, talvez ela te escute, a Francisca está a ficar desesperada e não vale a pena pedir ajuda ao meu irmão. Terminou, está terminado e não se fala mais nisso! Não sei se concorde com isso, a Rita é Mãe da filha dele, mas tenho que respeitar.

O Inspector Bernardes não telefona, aparece um dia na agência à hora de almoço, nota de imediato qualquer coisa diferente na cunhada, está agitada, descuidada, emagreceu mais do que devia.

Não, não, não aceito um não como resposta, declara quando a Rita protesta, não pode sair para almoçar, tenho imenso trabalho, refere, vais almoçar comigo e vamos já.

CONTINUA

 

Comentários

Elvira Carvalho disse…
Muito triste quando um deixa de amar e o outro mantém os mesmos sentimentos. É um grande sofrimento.
Tive uma amiga que caiu numa depressão tão grave que se suicidou.
Abraço e saúde
Concordo com a mensagem da Elvira!
A Rita fez-se forte, mas agora sofre em silêncio!
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Detalhes da brisa...
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Beijos, boa tarde!

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