CAROLINA PARTE II

 

O meu marido não diz mais nada, acho que está de acordo, a vida tem que continuar, não posso ficar aqui sentada a ver o tempo a passar, murmuro antes de adormecer profundamente.

A vida volta ao normal com vozes zangadas que me arrancam a um sonho muito agradável e é contrariada que visto o roupão e saio para o corredor.

A Inês está de meias com as sapatilhas apertadas contra o peito e o Matias estende-lhe as galochas, tenta convencê-la a calcar o calçado mais adequado para a chuva, diz.

A Inês abana a cabeça, detesta as galochas, vão fazer troça dela, porque é que tu não entendes??? exclama, és mesmo burro!

INÊS, que linguagem é essa? pergunto, calças as galochas imediatamente e levas as sapatilhas para trocar na escola, nem mais uma palavra! aviso quando vejo que a Inês vai protestar.

O Matias arrasta uma Inês muito calada para fora de casa, vou chegar atrasado às aulas por tua causa, peste! comenta e eu decido tomar o pequeno almoço na cozinha.

Não vale a pena voltar para a cama, estou bem acordada e até pode ser um bom dia para ir até ao escritório, ver o que se passa.

Prometo à D. Margarida que chega entretanto voltar à hora de almoço e surpreendo os meus colaboradores na pausa para café.

Temos uma pequena reunião informal, vejo os projectos que estão a desenvolver, sugiro algumas pequenas alterações e pego nuns dossiers que dizem " a analisar".

O que é isto? questiono e noto que a Paula fica um pouco nervosa, ainda não tive tempo de os analisar, explica, são pequenas remodelações, cozinhas, quartos, escritórios, sabe como é!

Mas igualmente importantes! respondo e abro um deles. Fico imediatamente interessada, querem transformar um quarto que utilizam como arrumos num pequeno escritório, o apartamento é perto da minha casa, não vai haver stress!

Eu trato deste! declaro, e Paula, distribui os outros...visitem os clientes, conversem, vejam o que eles querem, apresentem propostas! Não importa se é um projecto grande ou pequeno, temos que dar resposta!

A Paula não gosta muito da crítica, não me vais causar problemas, pois não? penso e saio.

Está Sol, o Vento é frio, mas eu resolvo entrar naquela confeitaria, beber um sumo de laranja, comer uma torrada.

Telefono ao cliente, combinamos um encontro no apartamento dentro de uma hora e suspiro aliviada.

É bom estar novamente activa!

CONTINUA

Comentários

A Carolina de novo cheia de trabalho. Oxalá não tenham uma recaída!

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Sentimento fatal...
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Beijo e uma excelente semana.
Elvira Carvalho disse…
Se é.
Não há nada pior do que querer dar andamento às coisas e por motivos de saúde não poder.
Abraço e saúde

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