A NOVA LOUCURA DA LAURA FIM

 

O que é que vai acontecer agora? pergunta a Teresa quando sabe da história, preocupada com o António que está há imenso tempo ao telefone com os Pais.

A Carolina suspira, nunca tive problemas com os vizinhos, desabafa, e agora tenho que pedir desculpa a todos e tudo por causa da loucura da Laura!

Todos estão magoados, a brincadeira do Matias não foi bem recebida e o Pai deu-lhe um sermão tão forte que o rapaz fez um esforço enorme para não ceder à vontade de chorar.

Quanto à Laura, recusa a falar com os Pais, mesmo com o médico sobre o assunto e o advogado que consultou recusa-se a avançar com o caso.

A Laura acusa o Pai de ter interferido no assunto, há uma violenta discussão que termina com a Laura a sair de casa sem dizer para onde vai.

Não atende o telemóvel, os Pais telefonam aos filhos, preocupados e o Pedro volta a avisar o infantário para não deixarem o filho sozinho, não vá a louca da ex-mulher tentar raptá-lo.

Que disparate! protesta a Beatriz, estás a fazer uma tempestade num copo de água! Não creio que ela seja capaz disso!

Já o tentou antes, diz o Pedro muito sério, tenho que ter cuidado!

Mas a Laura não aparece no infantário, está vários dias sem dar notícias e os Pais estão desesperados.

Torço o pescoço àquela nossa irmã! comenta o Gonçalo indignado e o António suspira, não sabe o que fazer.

Até que, uma noite tocam-lhe à porta, é bastante tarde, a Teresa e os miúdos estão a dormir, mas ele não consegue e está na sala a tentar ler.

Quem será? Miúdos que acham engraçado tocarem às portas de madrugada! murmura, mas resolve descer para investigar.

Fica surpreendido por ver a Laura, visivelmente intoxicada, a rir que nem uma tolinha, acompanhada por um rapaz que o António conhece vagamente.

Abre a porta rapidamente, Laura, Laura, o que te aconteceu? pergunta, mas a irmã continua a rir-se.

Encontrei um cartão com o seu nome na carteira dela, explica o rapaz que não deve ter mais do que vinte e poucos anos, estava num bar e antes que as coisas piorassem, procurei a sua direcção e vim trazê-la.

Muito obrigada, responde o António, mas, desculpe, acho que o conheço, não me lembro de onde, mas a sua cara não me é estranha.

É natural, vê-me todos os dias no infantário, sou segurança lá, explica o rapaz, esta senhora deve ser sua irmã, é muito parecida com o Dr. Não se preocupe, Dr, continua ao ver a atrapalhação do António, isto fica entre nós! e afasta-se.

O António leva a irmã para cima, a Teresa, que acordou entretanto, ajuda-o a deitar a Laura no sofá.

Amanhã, avisamos todos, declara a companheira, precisamos de descansar! O que é que ela fez, por onde andou? repete.

Sinceramente, não quero saber, declara o António, mas claro que terá que descobrir o que aconteceu.

Para bem da Laura, do Miguel, dos Pais.

Mas será que a Laura se lembra?

FIM


Comentários

Elvira Carvalho disse…
Mais um desfecho dramático mas real. Doenças mentais são um problema tão grande para o doente , como para a família.
Abraço, saúde e bom fim de semana

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