RITA E CLARINHA PARTE IV

 

Como a Clarinha continua a não atender, a Rita fica preocupada e resolve ir até à sede da organização, onde encontra gente reunida no átrio, muito nervosa e a falar muito alto.

Quando explica que é tia da Clarita Bernardes, há um silêncio tão pesado que a Rita percebe que aconteceu qualquer coisa de muito grave.

O que é que aconteceu? insiste, por amor de Deus, expliquem o que aconteceu à Clarinha! mas ninguém até que uma senhora com um aspecto austero se aproxima.

Apresenta-se como sendo a Chefe da Delegação, convida-a a irem para o gabinete para conversarem melhor e após lhe oferecer um chá que a Rita declina, explica-lhe que houve um acidente de viação.

A sua sobrinha e o outro delegado iam visitar aquele bairro, sabemos que é um pouco problemático, diz, mas nunca tivemos grandes...

Até hoje, interrompe a Rita muito séria e a Chefe hesita antes de continuar, alguém fez explodir uma bomba e o carro onde seguiam a sobrinha e o colega capotou por causa do impacto.

A Clarinha está ferida? Com gravidade? repete a Rita e a senhora suspira, está já no Hospital em observação, estamos já em contacto com a Embaixada Portuguesa...

Onde é que o hospital? pergunta a Rita, quero ir para lá imediatamente  e é a própria Chefe quem a leva.

Não falam, a Rita está ansiosa, preocupada em como contar à irmã, será que a Embaixada já a contactou? A Madalena vai entrar em pânico.

No Hospital, encontram já um adjunto da Embaixada que, ao saber que a Rita é da família, apresenta-lhe o médico.

Neste momento, a Clarinha está em coma por causa do traumatismo craniano que estão a vigiar e tem as duas pernas partidas.

Felizmente, são fracturas simples que já foram tratadas, esclarece o médico, o que nos preocupa é o traumatismo craniano. Mas o neurologista está optimista.

Posso falar com ele? questiona a Rita, mas o médico abana a cabeça, vamos ver como ela passa a noite, amanhã saberemos mais, despede-se, desaparece no corredor.

A senhora quer avisar a família? insiste o adjunto, há alguma coisa que a Embaixada possa fazer? e a Rita força-se a sorrir.

Para já, não, agradece, temos que esperar que ela fique estável, os Pais devem querer que ela regresse a Portugal.

Compreendo, atalha o adjunto, a Embaixada ajuda-os no que for possível, e estende-lhe o cartão, não hesite em falar comigo, dia ou noite!

Também se despede, deixa-a sozinha no átrio, a Rita respira fundo e procura o nº de telemóvel do cunhado na lista de contactos.

Este atende-a de imediato, ouve-a atentamente, nós vamos já para aí, diz como se a Argentina fosse do outro lado da fronteira.

CONTINUA

Comentários

Ui ui. Então aconteceu mesmo o que eu temia. Minha nossa. Ainda bem que a Rita foi, mas não sei como vai dar a noticia aos Pais. Que aflição!
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Distancio-me de tantas coisas que gosto ...

Beijos, e uma excelente semana

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