A REFORMA

 

Finalmente! declaro enquanto me deito em cima da cama, tempo para mim!

O Telmo ri-se, acaricia-me a mão, estás a falar a sério? pergunta e eu rio-me também.

Sim, a Clarinha está a recuperar bem, o Gustavo e o Júnior entraram finalmente numa rotina e a Matilde e o Bernardo tomaram uma decisão sensata, contratar uma governanta. Como é que tiveram 4 filhos em tão pouco tempo...explico.

O Telmo suspira, é bom ver como a Matilde controla agora a vida dela, houve ali uma altura em que me preocupei seriamente com ela, diz.

Não vamos falar do passado! interrompo, creio que posso dizer que somos duas pessoas sensatas, que tomamos as decisões adequadas e ajudamos os nossos filhos! Este fim de semana é para nós...

O meu marido volta a rir-se, há muito tempo que não o via assim tão descontraído e é ao jantar num restaurante simpático na vila que me conta estar a pensar em " desligar-se" do trabalho efectivo no Departamento e "ficar-se" apenas pela actividade de consultor.

Espero que cumpras, exclamo, já trabalhavas como tal mas empenhavas-te tanto ou mais que os inspectores na investigação dos casos.

Eu sei, mas é mais forte do que eu, admite, mas está na altura de abrandar um pouco. Também me propuseram dar aulas na Academia e vou aceitar.

Sorrio, será que consegues? e o Telmo ri-se, se tu também abrandares um pouco...

Fico pensativa uns minutos, a loja está a ser um sucesso, admito, temos uma boa equipa e podemos realmente organizar a gestão de outra forma. Podemos falar nisso na próxima reunião da empresa.

E uma casa na vila como a Teresa e o António? sugere o Telmo, mas acho que estamos a fazer planos depressa demais.

Para já, vamos gozar este fim de semana e depois, quando voltarmos, respondo, tomamos uma decisão informada.

Aqueles dois dias passam depressa demais, tenho pena de deixar o hotel e regressar à normalidade.

A Clarinha foi passar o dia com o Gustavo e o Júnior, a Matilde e o Bernardo também estão fora.

A casa está silenciosa, tranquila, o Telmo manda vir uma pizza e estamos já a acabar quando a Clarinha regressa, entusiasmada, exuberante como sempre.

CONTINUA

Comentários

Gostava de ter o seu talento para escrever estórias em prosa. É um dom que aplaudo e elogio
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Cumprimentos poéticos.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Bem, mais um bom conto, que nos vai surpreender. Gostei do episódio!
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Queria tanto, ser o teu porto seguro

Beijos Boa noite
Elvira Carvalho disse…
Marta, a história voltou para trás ou eu estou baralhada? O Telmo não é o que morreu num acidente? Ou foi o Bernardes? Como os dois são inspetores...
Abraço e saúde

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