O FIM DE SEMANA PARTE V

 

Está tudo combinado para passarmos o fim de semana fora, mas naquela noite, um dos gémeos acorda aflito, não consegue respirar.

É a noite de folga da D. Eulália, a Matilde tem que ficar com os miúdos, vou sozinho para a urgência.

Meia hora depois, aparecem o Gustavo e o meu sogro, não sei de nada ainda, estão a fazer-lhe exames, explico.

Começo a desesperar, ninguém me diz nada, o meu sogro aconselha-me calma e estou pronto a invadir a sala de tratamento quando o médico aparece.

É uma otite grave, esclarece, estamos a dar-lhe antibióticos, gostaríamos que ficasse cá hoje para observação. Amanhã, se tudo correr bem, pode ir para casa.

E a irmã? pergunto, ele tem uma irmã gémea, ela também pode ter?

É possível, concorda o médico, pode ser vista aqui na urgência ou pelo vosso pediatra.

Posso vê-lo? mas o médico abana a cabeça, agora não, está a descansar, é melhor voltar à hora de visita.

Respiro fundo, o Inspector dá-me uma palmada nas costas, vamos tomar o pequeno almoço na confeitaria aqui ao lado, decide, telefonas à Matilde, contacta-se o pediatra e combina-se uma hora para ele ver a Marina. A Madalena vai com ela, decerto que a Matilde quer ficar aqui com o Bruno.

Sinto-me tão cansado que nem contesto, tomo o pequeno almoço com eles, quando chego a casa, já a D. Eulália vai a sair com o Júnior e a Margarida para os levar à escola.

Dou-lhes um beijo rápido, procuro a Matilde que está no quarto com a Marina, uma Marina bem desperta e alegre.

Pego na minha filha, sento-a no chão, não me parece que tenha febre, está activa, interessada.

Já telefonei ao pediatra, conta a Matilde, tive uma sorte incrível, hoje ele entrou mais cedo, até foi ele quem atendeu o telefone. Pode recebe-la por volta do meio dia, a minha Mãe vai com ela. E nós?

Eu vou dormir um bocadinho, exclamo, as visitas começam ao meio dia.

Não podemos ir mais cedo? interrompe a Matilde, tens a certeza de que ele está bem?

Abraço-a, o médico diz que sim, afirmo, vamos ter fé, só vai lá ficar esta noite.

Tocam à porta, deve ser a minha sogra, a Marina vai ficar esta noite em casa dela, não te preocupes, Matilde, sossega, ele já está medicado, dentro de dias isto é apenas um pesadelo.

CONTINUA