O CONSELHO DE FAMÍLIA PARTE III

 

A Laura está calma, escuta atentamente as explicações do médico, ajuda o irmão a preencher os papéis, até quer conhecer a equipa que assistiu o Pai.

O Gonçalo manda um SMS, já tratou de tudo com a funerária, têm uma reunião com eles às três da tarde na quinta.

Vamos beber qualquer coisa antes de regressarmos? sugere o António e a Laura sorri-lhe, uma conversa entre irmãos? Sim, gostaria muito disso, não temos feito isso há algum tempo, faz-me falta.

Também sinto falta disso, sorri o António, dos disparates que tu e o Gonçalo faziam e depois, achavam que eu tinha que vos ajudar a resolver as coisas.

Sempre foste o mais ajuizado, o mais responsável, concorda a Laura, era a nossa bússola, a nossa voz da razão. Tenho saudades tuas! confessa.

Eu também, admite o irmão, como te sentes? O que vai acontecer agora?

Gostava de continuar a trabalhar na quinta, o Dr Figueira diz que estou estável, explica a irmã, não quero sair daqui, sinto-me confortável. Posso dar assistência à Mãe, ela está muito frágil.

Eu sei, responde o António, este assunto teria que ser discutido um dia, agora com a morte do Pai temos mesmo que o fazer.

Eu disse ao Dr Figueira que ias querer conversar com ele, atalha a Laura, e temos que falar com o Gonçalo, mas é isso que eu quero!

O António volta a sorrir, a Laura está diferente, será que consegue lidar com o stress de organizar a quinta, a loja, ajudar a Mãe?

Os dias seguintes são complicados, o funeral, a assistência à Mãe, há imensa coisa a tratar e o António mal consegue respirar.

Falou um pouco com o Dr Figueira no velório, o médico assegura-lhe que a irmã está pronta para assumir as responsabilidades, claro que terá que ir a consultas regulares, acrescenta, mas trabalhar vai ser óptimo para ela!

O Pai deixou um testamento, a abertura vai ser hoje, avisa o António, a Teresa, a Rita e os filhos já regressaram à cidade, mas o Miguel ficou.

A Avó tornou-se dependente dele, é uma questão que tem que ser resolvida, o Miguel tem que regressar ao escritório.

Não há surpresas, há alguns legados para o capataz e a governanta, a Mãe fica com o usufruto da casa e da quinta e à morte dela, os filhos podem vender e dividir o dinheiro.

Os netos recebem também dinheiro, explica o advogado, e é tudo.

Os irmãos agradecem-lhe, o advogado despede-se e ficam os quatro sentados a pensar no que aconteceu.

É o António quem quebra o silêncio, então, Laura, queres explicar-nos qual é a tua ideia para a quinta e para a loja? pergunta.

Para já, não quero fazer muitas mudanças, já introduzimos algumas alterações, temos que ver se resultam, continua a Laura, levanta-se, vai buscar uns papéis à secretária que há na sala.

Entrega-os ao irmão, este lê-os atentamente, passa-os ao Gonçalo e ao Miguel, a Laura fala animadamente.

CONTINUA



Comentários

Lendo, gostando, acompanhando e deixando:
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Cumprimentos cordiais.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Nestes casos não há nada melhor que o entendimento familiar! Gostei :)
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Ver fluir, o que vos une, é a mais pura melodia

Beijos e uma excelente tarde!

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