O CONVIDADO MAIS DESEJADO - PARTE IV
Uma Raquel desesperada espera-os no hall.
Eugenia tira-lhe o bebé dos braços enquanto Tito obriga a filha a sentar-se e a respirar fundo.
" Estivemos a conversar até perto da meia noite. O bebé choramingou, ela subiu para o acalmar e eu fui dormir. Acordei com ele a berrar muito zangado e fui até lá para ver se podia ajudar. O quarto estava vazio, ela não se deitou. Não está em lado nenhum!" explica Raquel.
Tito sobe rapidamente as escadas e entra no quarto.
A cama está feita, o roupão aos pés. Abre o armário e este está vazio.
Desce novamente, o bebé adormeceu nos braços da avó e Raquel, talvez com o choque está a chorar.
" O armário está vazio. Vou telefonar ao Bernardo, precisamos de ajuda para contactarmos os amigos dela." diz Tito, preocupado.
" O quê?" grita Eugenia e o bebé estremece.
" Talvez seja melhor pô-lo no berço." aconselha o marido " Vamos ter calma, não vamos pensar o pior."
" Telefonamos ao Rafael, Pai? " pergunta Raquel.
" Só quando tivermos a certeza do que aconteceu." responde o Pai, visivelmente abalado com a situação.
Bernardo fica surpreendido e diz que não sabe de nada, mas claro que vai contactar toda a gente.
Promete telefonar logo que saiba alguma coisa e os três sentam-se na cozinha a fazer uma lista dos locais onde ela poderá ter ido.
Ninguém dorme e às seis da manhã o telemóvel toca, sobressaltando-os.
CONTINUA
Comentários
Sensibilidade de um olhar que te cativa.
Beijos - Boa noite!
" Não sei!" murmura Alice e Eugénia fica preocupada.
A Mãe coloca ao bebé na cama, abre ligeiramente os reposteiros e liga o intercomunicador.
"... e se acontecer alguma coisa, há sempre o telemóvel.
Uma Raquel desesperada espera-os no hall.
A cama está feita, o roupão aos pés. Abre o armário e este está vazio.
Ninguém dorme e às seis da manhã o telemóvel toca, sobressaltando-os...
Seleccionei algumas frases que dão uma dinâmica narrativa ao texto. Um ritmo que eu diria quase alucinante ao nível - e não estou a exagerar - de um grande romance. O entrosamento entre as muitas personagens está perfeito e dinâmico, é agradável ler e prende. Ainda por cima, o suspense - algo difícil de escrever e gerir - está sempre presente, pelo que o leitor fica sempre sem saber o que virá depois... e isto é a essência da literatura, da boa literatura.
Agrada-me sobretudo, para além da história bastante interessante e "real" o ritmo com que descreves as cenas e como fazes entrar em cena cada personagem... cheira-me aqui um pouco a peça de teatro... com descrições feitas em pequenas frases e muito diálogo incisivo e esclarecedor...
Beijinho
Do nosso amigo Gil António, com- "Amantes" num Universo de apetência.
Bjos
Votos de uma óptima Sexta - Feira